Rev Neurocienc 2013;21(4):604-619 revisão 604 RESUMO Introdução. A imagética motora (IM) consiste na evocação do plano motor de uma dada ação sem que haja a execução do movimento. Objetivo. Realizar uma revisão e análise crítica sobre a IM, discutindo as características neurofisiológicas, as diferenças entre as estratégias de simulação e sua aplicação clínica no contexto da reabilitação de pacientes pós-Acidente Vascular Cerebral (AVC). Método. Busca de artigos indexados pelas bases ISI e Medline, publicados entre 1980 e 2012, nos idiomas inglês, português e espanhol. Discussão. A IM é capaz de levar a ativações cerebrais, fisiológicas e comportamentais semelhantes às ocorridas durante a execução motora. Entretanto, a IM pode ser realizada utilizando duas possíveis estratégias, a cinestésica e a visual, e cada uma delas provoca distintos padrões de ativação cortical. Observou-se que o treinamento com a IM é capaz de gerar ganhos funcionais em pacientes pós-AVC. No entanto, não foi possível padronizar a utilização do protocolo mais adequado, visto que ainda não há um consenso quanto à frequência, duração, a estratégia de IM e a fase da doença mais apropriada para sua aplicação. Conclusão. Apesar dos avanços, ainda há necessidade de mais estudos a fim de determinar as diretrizes para a utilização da IM na reabilitação motora e seus benefícios a longo prazo. ABSTRACTIntroduction. Motor imagery (MI) consists in the evocation of a motor plan of a given action without motor output. Objective. To perform a review and critical analyses about MI, discussing its neurophysiological characteristics, differences between the strategies of simulation and the clinical application in the context of rehabilitation of post-stroke patients. Method. Search of studies indexed by ISI and Medline databases, published between 1980 and 2012, in English, Spanish or Portuguese. Discussion. MI can promote similar brain, physiological and behavioral activations as during the execution of motor actions. However, MI can be performed using two possible strategies, visual and kinesthetic, and each of them causes different patterns of cortical activation. It was also observed that the training with MI can improve performance in post-stroke patients. However, it was not possible to standardize the use of the more appropriate protocol, since there is still no consensus on the frequency, duration, strategy of MI and stage of the disease is most appropriate for its application. Conclusions. Despite the advances, there is still a need of more studies to determine the guidelines for mental simulation in the motor rehabilitation and its long-term benefits.
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