Os bosques de mangue constituem o patrimônio natural, atrativos ao turismo e ofertam serviços ecossistêmicos para conservação ambiental e usos da natureza nas áreas costeiras do Litoral Sul da Bahia. Esta pesquisa investigou aspectos ecológicos e biogeoquímicos a partir da diagnose foliar, biometria e os teores de metais-traço (Cu, Zn, Cd, Pb) nas folhas de plantas de mangue na APA Tinharé-Boipeba, Cairu, Bahia, Brasil. Foram coletadas folhas da Rhizophora mangle L. e Laguncularia racemosa L. Gaertn em dez pontos amostrais e efetuadas análises biométricas, da integridade foliar e dos metais-traço (F-AAS). Foram adotados os teores de metais-traço dos sedimentos da Baía de Camamu obtidos por Oliveira et al. (2000). Os níveis dos metais mensurados nas folhas foram considerados não tóxicos (Zn > Cu > Pb > Cd) e inferiores aos bosques de mangue em áreas costeiras impactadas. Os valores do FC (< 1,0) indicaram que os metais-traço não estariam disponíveis para a translocação e que o acúmulo destes nas folhas não correspondeu aos teores no substrato. A análise multivariada desvelou que as variações na área e na integridade foliar devem representar uma resposta a estressor distinto dos investigados e discriminou os metais-traço conforme a mobilidade geoquímica. Infere-se o potencial do manguezal da APA Tinharé-Boipeba como área de referência ambiental, barreira biogeoquímica e aos usos da natureza e conservação.
Neste artigo investiga-se os usos culturais da natureza relativos à dinâmica da ruralidade metropolitana e as estratégias desenvolvidas para a conservação ambiental dos fragmentos remanescentes urbanos da Mata Atlântica na Área de Proteção Ambiental do rio do Cobre/São Bartolomeu, Salvador, Bahia. Estas estratégias se pautaram metodologicamente na práxis territorial popular viabilizada através da pesquisa-ação, com atividades de extensão e pesquisa realizadas desde 2017, na Unidade de Conservação da APA Bacia do Cobre/São Bartolomeu entre pesquisadores do grupo de Pesquisa Desenvolvimento, Sociedade e Natureza (DSN), do Programa de Pós-Graduação em Território, Ambiente e Sociedade, ambos da Universidade Católica do Salvador (UCSAL) e seguimentos da sociedade civil que agem no território. Os resultados da pesquisa ressaltaram a indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão, que possibilitaram a efetivação do conhecimento formal e informal sobre a relação sociedade e ambiente na unidade de conservação, bem como possibilitou o reconhecimento e maior visibilidade dos modos de vida rural e urbano, em coexistência, e a luta pelo território e pela conservação da floresta e das águas. Além disso, emergiu como resultado a constatação da interdependência entre conservação da natureza e conservação da vida humana, cujo acesso aos projetos ecológicos-ambientais pode configurar uma via alternativa socioambiental e possível de desenvolvimento social.
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