Toujours la même histoire é um exercício de criação literária que propõe narrar uma mesma história três vezes consecutivas, cada versão dedicada a um público leitor distinto: infantil, juvenil e adulto. Questionamo-nos: como a exploração da plasticidade do livro impresso e de seus discursos verbais apropria-se das convenções da literatura para essas três faixas etárias, problematizando-as? Objetivamos compreender como tais convenções são respeitadas ou subvertidas, especialmente em termos de exploração da plasticidade do projeto gráfico, das escolhas enunciativas dos três discursos verbais que concretizam narrativas semelhantes, mas não idênticas, e do uso das ilustrações que os acompanham. Metodologicamente, partimos do arcabouço teórico da Semiótica elaborada por A. J. Greimas e seus colaboradores, considerando especialmente os desenvolvimentos da Semiótica plástica. Ao final, compreendemos que, ao respeitar estritamente as regras de gênero nos seus enunciados plásticos e verbais, a obra rompe algumas tradições editoriais tratando exatamente dos mesmos temas e valores nas suas três versões, negando por meio da enunciação editorial as costumeiras indicações de leitura baseadas em idade cronológica. Toujours la même histoire, enfim, sugere que não há assuntos “adultos” que não possam ser abordados na literatura infanto-juvenil, e vice-versa.
A edição de livros é um trabalho coletivo. Mesmo que a autoria seja normalmente atribuída ao escritor, sabemos que outros profissionais também participam do processo de dar forma a um livro : editores, designers, revisores, tradutores, ilustradores, impressores, dentre outros. O nó central é ocupado pelo editor, de modo que as características da publicação e, em particular, o caráter mais ou menos criativo da sua configuração plástica dependem em grande medida da maneira como ele organiza o processo de produção. Alternadamente, um editor pode impor formas organizacionais rígidas, com regras imperativas e normas rigorosamente aplicadas, ou, ao contrário, favorecer modos de cooperação mais flexíveis, que abram espaço para formas de livre coordenação entre os membros de sua equipe e para iniciativas não planejadas. Do ponto de vista semiótico, vê-se que a edição é uma questão de regimes de interação entre as partes envolvidas, e é sob este ângulo que abordaremos a relação entre modos de regulação e condições da inovação.
No universo da moda, os estudos de tendências propostos pelos bureaux de style se sedimentaram como uma estratégia de antever certas práticas vestimentares, visando a minimizar o risco de investimento despendido no desenvolvimento de coleções. Entretanto, antecipar práticas futuras apresenta sempre um certo caráter de incerteza, de modo que é fundamental que uma previsão de tendência seja percebida como “verdadeira” por seus destinatários. Ao refletir sobre os estudos de tendências a partir de uma perspectiva semiótico-discursiva, objetiva-se compreender como se atribui o estatuto de verdade aos discursos do campo da pesquisa de tendências. Adota-se a abordagem teórico-metodológica da Semiótica Discursiva de A. J. Greimas, principalmente em sua proposição do contrato de veridicção, bem como seus desdobramentos na Sociossemiótica de Eric Landowski, nos estudos da enunciação e nos estudos semióticos sobre Moda e tendências. A partir dessa reflexão, entende-se que o estatuto da verdade na área da pesquisa de tendências está menos ligado à verificação de como a antecipação se concretiza (ou não) na vida vivida, e mais relacionado ao modo de ver a realidade dos analistas de tendências e à sua capacidade de fazer-crer os criadores e compradores de moda nessa visão específica.
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