Introdução: Transplante é um tratamento eficaz para a falência de órgãos em estágio terminal. No entanto, o desequilíbrio entre o fornecimento e a demanda de órgãos humanos é um empecilho para o transplante clínico. A baixa disponibilidade de órgãos aumenta a mortalidade de pacientes em lista de espera para realização de transplantes de coração e fígado. A realização do transplante interespécie ou xenotransplante configura uma solução promissora para a discrepância atual entre número de doadores e transplantes realizados no Brasil e no Mundo. Entretanto, sabe-se que as barreiras éticas e, principalmente, imunológicas têm limitado a realização do xenotransplante. Objetivos: Compreender os mecanismos utilizados para minimizar riscos de rejeição no xenotransplante e viabilizar a sua realização. Material e Métodos: A revisão foi embasada em pesquisa nas bases de dados PubMed e BVS, utilizando Xenotransplante, Transplante e Rejeição como descritores. Incluiu-se um artigo de 2002 e seis de 2019 a 2021. Resultados: No Brasil, no primeiro semestre de 2021, foram realizados 3.195 alotransplantes. Porém, 45.664 mil pessoas ainda se encontram em lista de espera. Nos alotransplantes, a compatibilidade do Sistema HLA (human leukocyte antigen) entre receptor/doador associado à imunossupressão tem viabilizado os transplantes. Porém, no xenotransplante, a análise da compatibilidade HLA torna-se inviável por não compartilharem, homem e porco, o mesmo sistema de histocompatibilidade, evidenciado pelo fato de anticorpos anti-HLA do homem não reagirem com antígenos de histocompatibilidade do porco. Porém, o homem apresenta anticorpos IgG contra o glicano alfaGal do porco, inviabilizando a realização do xenotransplante devido à rejeição hiperaguda. Porcos transgênicos, em que houve a deleção de alfaGal, possuem órgãos sem esses antígenos alvos de rejeição, não sendo reconhecidos por anticorpos anti-alfaGal do homem. O estudo de hCRPs (proteínas reguladoras de complemento) tem inibido respostas inflamatórias e lesivas mediadas por complemento, aumentando o tempo de vida do enxerto. Além disso, a inserção de genes que regulam negativamente a expressão de antígenos de classe II tem sido um forte aliado no xenotransplante. Conclusão: Xenotransplantes ainda apresentam obstáculos imunológicos que vêm sendo superados, tornando-os alternativas viáveis e a possibilidade de se reduzir filas de espera para transplante.
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