A cefaleia pós-punção dural (CPPD) é a complicação mais frequente da anestesia subaracnóidea, com incidência variando entre 0,04 a 3%. Surge, geralmente, em até sete dias após a punção dural, com duração aproximada de duas semanas e, normalmente, é autorresolutiva. Durante o período da dor, o paciente pode ter sua rotina diária prejudicada, pois o quadro tipicamente piora quando é adotada a posição ortostática. Diversos fatores de risco podem contribuir para o aparecimento da complicação, e eles podem ser relacionados ao paciente, à técnica de punção e ao material utilizado. O diagnóstico de CPPD é clínico, e a conduta terapêutica varia de acordo com a apresentação e gravidade da dor, podendo ser clínica ou, idealmente, ser realizado o tamponamento sanguíneo peridural ou “blood patch”. Objetivou-se identificar a frequência da CPPD tratada com tamponamento sanguíneo peridural, associada a fatores clínicos e sociodemográficos em um hospital na cidade de Três Lagoas/MS. Trata-se de estudo descritivo, tipo coorte transversal retrospectivo, via análise documental para a investigação de tamponamento sanguíneo peridural realizado a partir de cefaleia secundária, em pacientes que foram submetidos à anestesia subaracnóidea, no período de 01/01/2011 a 03/04/2019. Foram identificados 57 tamponamentos sanguíneos peridurais, com uma taxa de prevalência de 0,25%, incidência anual oscilante e predomínio do sexo feminino. Do total, 49 (86%) pacientes eram mulheres, 36 (63%) tinham entre 21 e 40 anos e 52 (91%) deles apresentaram os sintomas da CPPD em até 5 dias pós-anestesia. Concluiu-se que a realização de tamponamento sanguíneo peridural para tratamento de CPPD ainda é comum e sem resolução definitiva. A necessidade da adoção constante de medidas profiláticas evidentes que possam reduzir a incidência da complicação é absoluta, uma vez que o retorno do paciente ao centro cirúrgico é acompanhado de riscos infectopatológicos, psicossociais e impactos socioeconômicos.
A cefaleia pós-punção dural (CPPD) é a complicação mais frequente da punção da duramáter, seja para fins diagnósticos, terapêuticos ou para a administração de anestésicos durante cirurgias. O presente trabalho realizou uma revisão de literatura buscando atualizações acerca da fisiopatologia, diagnóstico, fatores de risco e tratamento da CPPD. O MEDLINE (via PubMed) foi utilizado como base de dados com os seguintes descritores: "post-dural puncture headache", "incidence", "risk-factors" e "therapy". Foram considerados apenas artigos em inglês e publicados nos últimos 10 anos, e também foi consultada bibliografia complementar. A CPPD resulta da recuperação tardia da dura-máter após sua punção intencional ou não intencional (durante anestesia epidural). A perda liquórica pelo orifício dural aberto leva à hipotensão intracraniana, consequente vasodilatação e tração de estruturas nervosas, estabelecendo o quadro doloroso típico que piora em posição ortostática e melhora ao repouso. O diagnóstico de CPPD é clínico, e o quadro típico da dor é a principal evidência. Fatores de risco como pertencer ao sexo feminino, ser adulto jovem, gestante, história prévia de CPPD, maior calibre da agulha e/ou bisel cortante são descritos. A conduta terapêutica varia de acordo com a gravidade da dor, podendo ser conservadora ou ser realizado o tamponamento sanguíneo peridural. Somente o "blood patch" tem evidências científicas suficientes para ser recomendado como rotina terapêutica invasiva, ainda que não seja isento de complicações. O bloqueio do gânglio esfenopalatino é proposta como uma intervenção analgésica alternativa. Visto que os recursos terapêuticos são limitados, ensaios clínicos controlados e maiores são necessários para que formas robustas de tratamento para CPPD sejam possibilitadas.
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