RESUMOEsses fungos são comumente encontrados no solo e nas folhas secas do chão, sendo a infecção decorrente da implantação de esporos inalados, juntamente com partículas do solo, sobre a mucosa nasal. Sabe-se que in vitro o fungo é capaz de produzir várias enzimas tais como elastases, esterases, colagenases e lípases, as quais podem estar envolvidas na patogênese da infecção 3 . A entomoftoromicose causada por C. coronatus manifesta-se clinicamente como um infiltração granulomatosa crônica da mucosa nasal, estendendo-se para o tecido subcutâneo e pele da face contígua, sem delimitação de seu crescimento. Essa expansão tumoral produz sintomas como obstrução nasal e dor local, sendo freqüente a sinusite bacteriana, conseqüente ao processo obstrutivo presente. Chama a atenção, entretanto, a grande freqüência de deformidade facial, resultante de infiltração e edema da região 3 4 . O diagnóstico é geralmente confirmado por cultura e pela visualização microscópica do fungo em material obtido da lesão. Histopatologicamente, a doença se caracteriza por infiltrado granulomatoso do tecido subcutâneo, contendo material eosinofílico hialino, no qual são visualizadas hifas grandes, não septadas (ou raramente septadas) de C. coronatus 4 .Descreve-se aqui o primeiro caso de zigomicose nasofacial causada por C. coronatus em Mato Grosso.
RELATO DO CASOJASF, 37 anos, pedreiro, residente em Sinop-MT, desde 1978. Relatou trauma facial com fratura de osso nasal em 1992. Há 2 anos vem apresentando obstrução nasal e epistaxe discreta e esporádica. Evoluiu com aumento progressivo de nódulos subcutâneos duros e pouco dolorosos no dorso do nariz e nas regiões paranasal e frontal. Durante esse período, foi submetido a exaustivo processo de investigação, incluindo biópsia da lesão em região infra-orbitária direita, com diagnóstico de processo inflamatório crônico granulomatoso tipo corpo estranho; porém sem conclusão etiológica. Recebeu vários tipos de tratamento empíricos, sem contudo apresentar melhora. Recentemente,