O presente artigo buscou descrever a percepção do grupo familiar sobre o processo de revelação de uma situação de abuso sexual intrafamiliar. Realizou-se um estudo de caso único de uma família, cuja filha foi vítima de abuso sexual dos 9 aos 14 anos, perpetrado pelo padrasto. A metodologia da Inserção Ecológica serviu de estratégia para coleta de dados, sendo que foram entrevistados individualmente sete pessoas: vítima, mãe e irmão mais velho da vítima, pai biológico, vizinha, liderança da igreja e a psicóloga que atendeu a vítima na época da revelação do abuso sexual. Além da entrevista, utilizaram-se outros instrumentos, como diário de campo e prontuário da vítima disponível no CREAS. Verificou-se que o processo de revelação foi favorecido pelo apoio de diferentes personagens e contextos, como o próprio grupo familiar (irmão mais velho, pai biológico), a rede de apoio informal (vizinha e liderança da igreja) e a rede de apoio Institucional (CRAS e CREAS). Dessa forma, reafirma-se a importância do fortalecimento das relações comunitárias nas famílias vítimas de violência sexual, da rede de apoio socioassistencial, bem como da perspectiva sistêmica sobre a família e o abuso sexual.
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