RESUMO: Este trabalho busca discutir mediação de leitura literária na escola fazendo uma analogia com passagens da obra O menino no espelho, de Fernando Sabino. Nesse sentido acreditamos que é preciso revisitar o mundo infantil, suas perspectivas, necessidades e, sobretudo, seus tipos de interação com o texto literário, afinal, apenas compreendendo que crianças e adolescentes são sujeitos ativos na construção de conhecimento é que seremos capazes de dialogar com seus repertórios de leitura e vivências, a fim de mediar novos encontros frutíferos no mundo da ficção. Percebemos que a escola é, ainda, vastamente pautada pelo discurso homogeneizador, fundamentado no saber legitimado pela crítica e/ou pelos manuais didáticos, quando o assunto é o que se deve ler. Assim, esquece-se que a leitura literária para crianças e adolescentes deve, primeiramente, ser capaz de encantar, de mobilizar, a partir de convenções compartilhadas, o universo psíquico e emocional desses.
A escola, espaço de formação, é responsável por oportunizar uma educação que respeite a diversidade étnico-racial. Dessa forma, este artigo objetivou refletir sobre as práticas sociais de usos da linguagem poética afro-brasileira, a fim de proporcionar experiências que valorizem a leitura e a escrita como forma de expressão no mundo e de exercício da cidadania. Metodologicamente, optou-se pela pesquisa-ação, com abordagem qualitativa, desenvolvida em junho de 2021, por meio de uma Sequência Básica, de Rildo Cosson (2006), com enfoque no poema “Vozes mulheres”, de Conceição Evaristo, tendo como público estudantes do Ensino Médio de uma Escola Estadual do município de Campo Verde-MT. Por fim, os resultados evidenciaram que houve mudanças significativas no processo de compreensão, leitura e produção do gênero poema, a partir da construção de sentidos do texto, bem como estimulou o resgate da memória e da identidade negra dos participantes.
Este trabalho apresenta a análise comparada dos contos A menina de lá, de Guimarães Rosa e O rio das Quatro Luzes, de Mia Couto que giram em torno de uma mesma temática. Ambos mostram a morte sob a perspectiva de uma criança, apresentando facetas surpreendentemente interessantes para os leitores, por meio de construções miméticas que fazem fantasiar e refletir sobre as maneiras como lidamos com o fim. Assim, no trabalho que se segue buscaremos avaliar os elementos que permeiam a vida e o inesperado desejo de morte de um menino e de uma menina em dois contextos distintos. São narrativas que levam o leitor a ponderar de que forma a morte pode ser poética, ainda que acometendo crianças. Além disso, o leitor é impelido ao aprofundamento de suas próprias experiências relacionadas à temática e convidado a aprimorar sua compreensão do mundo infantil e da morte. Desta forma, nos contos dos dois autores temos a possibilidade de perceber a morte sob o olhar de duas crianças em diferentes contextos e perspectivas sociais. E a partir dessas construções traçar algumas reflexões a respeito da morte, sua representação e a maneira como é encarada pelas personagens infantis nas narrativas. *** I want a little coffin: the death of children in Mia Couto and Guimarães Rosa short stories ***This article shows the comparative analysis of the tales A menina de lá (The girl from there), by Guimarães Rosa and O rio das Quatro Luzes (The River of the Four Lights), by Mia Couto that revolve around the same theme. Both show death from the perspective of a child, presenting facets surprisingly interesting to readers, through mimetic constructions that make them fantasize and reflect about how we dead with the end. Thus, in this work, we will seek to evaluate the elements that permeate the life and the unexpected death wish of a boy and a girl in two different contexts. These are narratives that lead the reader to consider how death can be poetic, even though it affects children. In addition, the readers are encouraged to deepen their own experiences related to the theme and they are invited to enhance their understanding of the children’s world children and of death.Keywords: children; death; experiences; thoughts.
O termo “masculinidade tóxica” está em voga, contudo, na literatura brasileira, na década de 60 já era possível encontrar personagens que questionavam esse perfil masculino pautado na força bruta, na agressividade e na não demonstração de sentimentos de carinho e afeto. Desse modo, neste trabalho, faremos um percurso analítico acerca de alguns dos personagens criados por João Guimarães Rosa, em Primeiras estórias, mais especificamente nos contos: Famigerado; A benfazeja; Os irmãos Dagobé; Luas-de-mel e Substância, a fim de constatar como esse autor mineiro já traçava um delicado e, ao mesmo tempo, profundo questionamento sobre a figura do homem em sociedade e desse perfil de masculinidade. Assim, percebe-se que vários personagens já nos forneciam indicativos de uma masculinidade plural, como a defendida em nossa época, ou seja, que busca se afastar de modelos estáticos, pré-concebidos e estereotipados. O que, por sua vez, indica que essas narrativas proporcionam reflexões quanto a percepção e evolução da compreensão da masculinidade em nossa sociedade.
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