A obra discute as possibilidades de refúgio na atual sociedade de controle, utilizando o conceito de marronagem para caracterizar todo o processo histórico, cultural e político de aglutinação de forças de subalternos e subalternas, conjurando uma matriz de formas de vida inauditas que remetem a uma cosmopoética. Onde ocorre a produção de mundos, a criação de um fora da sociedade escravagista e posteriormente das outras formas de captura, as quais possuem valor de refúgio e de utopia concreta para todos que ainda permanecem cativos. A arte da fuga, que a experiência histórica da marronagem representa, se constitui como uma das modalidades, uma subversão a partir de dentro, seja esse dentro a colônia ou nossa sociedade de controle. Nesses tempos sombrios em que proliferam os mecanismos de controle, as resistências devem ser furtivas, mais do que frontais, evitando a exposição e a captura. A marronagem, significa menos uma forma de conquista do que de subtração ao poder e a cosmopoética não é um fetiche, ou uma marca registrada, apenas um termo, um modo entre outros de apontar para uma outra relação com o mundo que privilegie a escuta, mais do que a visão.
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