Informações do artigo / Article Information
O termo intercultural refere-se ao reconhecimento, respeito e relações equilibradas de trocas entre diferentes povos e culturas. Na Europa envolve questões relacionadas aos imigrantes e, na América Latina, há registros de seu uso pelo religioso austríaco, Ivan Ilitch, nos anos de 1960, na fundação do Centro Intercultural de Documentación (CIDOC) no México que, dentre as atividades desenvolvidas, fazia a formação de missionários norte-americanos, em língua espanhola. Posteriormente, nos anos de 1980, a UNESCO disseminou o termo viando sua inserção na política educacional voltada aos povos indígenas. Neste texto fazemos uma retomada histórica do termo e uma análise das políticas educacionais interculturais iniciadas com a Constituição brasileira de 1988, que impulsionou reformas para a educação escolar indígena nos anos de 1990. Trata-se de um estudo bibliográfico e documental no qual debatemos a perspectiva da interculturalidade em diretrizes e referenciais que possibilitam aos povos indígenas elaborem projetos pedagógicos próprios, voltados às suas realidades socioculturais e linguísticas, bem como às suas necessidades de sustentabilidade.
Este artigo analisa a abordagem e a pesquisa sobre a alimentação no âmbito educacional indígena. Para tal, utiliza pesquisa bibliográfica mediada por análise documental. Situa a alimentação enquanto um patrimônio histórico, cultural e imaterial dos povos indígenas, que transcende fatores biológicos e se consolida na conjuntura de representações, saberes e práticas ancestrais. Apresenta o estado do conhecimento da pesquisa em alimentação indígena no Brasil, sob um recorte temporal de dez anos. Reflete sobre a abordagem da alimentação na educação escolar indígena, expressando seus desafios e potencialidades. Consideramos que a alimentação indígena enquanto patrimônio, contempla a historicidade e aspectos sociopolíticos, o que exige a reivindicação de direitos essenciais em meio a um sistema que gera injustiças e desigualdades. Evidenciamos que a produção acadêmica sobre alimentação indígena no Brasil, ainda se apresenta como um cenário incipiente, e escasso quando buscamos estudos com viés educacional. Entendemos que através da proposta intercultural presente na educação escolar indígena, a aprendizagem e o compartilhamento de experiências proporciona a socialização dos saberes alimentares, mas para isso, o engajamento da comunidade local, uma gestão escolar indígena, a formação inicial e continuada para professores indígenas e não indígenas, e sobretudo, o apoio do Estado, são elementos imprescindíveis.
This text analyses the process of collective construction of the Political-Pedagogic Project of the degree in Indigenous Pedagogy at Midwestern State University in Guarapuava, Paraná, Brazil, from the demand presented by the indigenous community of Rio das Cobras.After explaining the juridical-pedagogical aspects of access to higher education the pedagogy course, and the formation of indigenous teachers, the authors present the process of the collective construction of the project and subjects involved, including an introduction to the process of special selection of candidates to the course and their profiles. Using a bibliographic research method, mediated with a documentary analysis, the authors consider how this process encouraged the subjects to think about the social function of the public university, that is, to get closer to the people and to construct strategies to access and provide continuity for subjects of minority groups. The consolidation of the pedagogy course, while taking into account indigenous people’s cultural and epistemological particularities, is a way to resist, to take part in the university, and to ensure that the university helps to fortify processes of auto-organization, of human formation in all dimensions, of access to different kinds of knowledge, of professional qualification, and of reevaluation of the pedagogical work at the university.
A análise desenvolvida sobre a Pedagogia Socialista Soviética traz as categorias “atualidade”, auto-organização dos estudantes”, a “coletividade” e o “trabalho”, que se articulam na construção da nova escola para uma nova sociedade no contexto Russo (1917 a 1931). Evidencia a articulação das categorias no fortalecimento da educação e da revolução na construção da nova escola e a sociedade socialista. Parte de uma pesquisa maior, traz para análise a produção teórica dos intelectuais da pedagogia socialista Pistrak (2000; 2009), Shulgin (2013); Krupskaya (2017) e Makarenko (1986), a partir da pesquisa bibliográfica das obras traduzidas para o português no Brasil. Salienta que a pedagogia socialista é produzida por pedagogos russos, num ambiente pós-revolucionário, que assumiram o trabalho de transformar a escola tzarista, que prevalecia no país até 1917, em escolas do trabalho. Argumenta que essa nova escola precisava ser comprometida com a formação multilateral das crianças, jovens e adultos, para garantir a formação de novos e comprometidos lutadores e construtores de novas relações de vida e de produção. A articulação teórico-prática entre atualidade, auto-organização dos estudantes, a coletividade e o trabalho marcam a sociedade transformada, assim como dão identidade à educação e à escola, aqui nomeada de Pedagogia Socialista Soviética.
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