Este trabalho apresenta os perigos naturais (permanentes e não-permanentes) relacionados com o banho de mar, bem como ao uso social da praia do Atalaia, em Itajaí (SC). Para obter essas informações foi necessário mapear a localização das correntes de retorno; classificar o tipo da praia através de levantamentos topográficos e análises granulométricas dos sedimentos; definir os tipos de acidentes e o público usuário. Os dados foram coletados em duas etapas. Na primeira foram coletados dados históricos pesquisados nos arquivos do projeto Gerenciamentoe Segurança nas Praias de 1999 a 2002, e na segunda etapa foram realizados levantamentos em campo nos meses de dezembro de 2002 a fevereiro de 2003. Constaram de observações in situ das características morfodinâmicas das praias, bem como de informações fornecidas pelos salva-vidas do corpo de bombeiros referentes às ocorrências de acidentes nas praias. Os resultados mostram que a praia do Atalaia apresentou estágios morfodinâmicos dissipativo e intermediário, com arrebentação de onda do tipo deslizante. As correntes de retorno surgiram em sete locais diferentes ao longo da praia e as ocorrências de 200 acidentes (arrastamentos e afogamentos) ocorridos na praia estão relacionados à presença destas correntes. De acordo com os dados coletados a maioria das vítimas que se envolveram nos acidentes são jovens de 11 a 20 anos. O público usuário predominante é de Itajaí, na faixa etária entre 30 a 40 anos. Os perigos não-permanentes da praia do Atalaia são as correntes de retorno e a arrebentação das ondas e os perigos permanentes são os obstáculos como costões rochosos e o molhe.
Variações naturais do nível do mar, mudanças climáticas e ações antrópicas fazem do ambiente costeiro um local dinâmico. O entendimento dos processos costeiros que ocorrem nas praias apresenta-se cada vez mais necessário para analisar as mudanças que ocorrem na morfodinâmica associadas às variações climáticas. O presente trabalho teve como objetivo analisar a variação da morfológia e da sedimentologia em duas praias de Santa Catarina durante as estações do ano, entre o período de agosto de 2017 a agosto de 2018. Também foram mapeadas as correntes de retorno durante a temporada de verão (2017/2018) e registrados os respectivos acidentes por arrastamento identificando os locais com maiores riscos aos banhistas. Quatro perfis transversais ao longo da praia de Cabeçudas e quatro na praia do Atalaia foram monitorados por levantamento topográficos com periocidade mensal utilizando-se o programa BMAP – Beach Morphodinamics Analysis Package para análise da largura e volume de cada perfil. As larguras das praias variam entre 32 a 115 m e o volume de 35,63m³/m a 179,62m³/m. A sedimentologia foi analisada, através do software SYSGRAN versão 3.0, demonstrou que a praia de Cabeçudas apresentou areia fina e média com granulometria entre 0,22 a 0,39 mm. Já a praia do Atalaia apresentou areia fina com granulometria entre 0,14 a 0,20 mm. Com os parâmetros analisados constatou que a classificação morfodinâmica da praia de Cabeçudas foi reflectiva, enquanto a praia do Atalaia apresentou um estágio dissipativo. Foram observadas de 6 pontos de corrente de retorno na praia de Cabeçudas e 7 pontos de incidência na praia do Atalaia. Embora os números de pontos de corrente de retorno tenham sido similares, os acidentes na praia do Atalaia (35) foram um pouco mais que o dobro do que na praia de Cabeçudas (15). A praia do Atalaia se apresentou mais estável, com acréscimo de sedimento, enquanto Cabeçudas mais instável, variando entre perda e acréscimo de sedimentos. Provavelmente essa diferença seja decorrência dos diferentes estágios de preservação entre as duas praias. A praia do Atalaia apresenta um maior perigo aos banhistas com mais locais de incidência de correntes e maior índice de acidentes por arrastamento.
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