RESUMOObjetivo: As cirurgias de coluna realizadas em pacientes com mielomeningocele, apresentam maior risco de infecção pós-operatória. Fizemos um levantamento epidemiológico dessas infecções e fatores possivelmente associados para estabelecer fatores de risco. Mé-todos: Levantamento retrospectivo de dados de cirurgias de coluna realizadas em pacientes com mielomeningocele, na Associação de Assistência à Criança Deficiente -AACD/Hospital Abreu Sodré. A comparação para possíveis fatores de risco avaliados foi feita através do teste exato de Fisher. Foram considerados significativos os resultados com p < 0,05. Resultados: Avaliamos 27 procedimentos cirúrgicos com um total de sete casos de infecção pós-operatória do sítio cirúrgico (25,92%). Cinco destes pacientes com infecção do sítio cirúrgico apresentaram infecção concomitante do trato urinário (ITU), com p = 0,004. Não encontramos significância estatística para os demais fatores avaliados: via de acesso, tipo de procedimento e linfócitos séricos totais. Conclusão: a ITU está relacionada à infecção do sítio cirúrgico, mas é necessário um estudo prospectivo com maior número de casos para elucidar esse fator de risco com um possível fator de confusão: estado nutricional e imunológico.
OBJETIVO: avaliar a utilização de artrodese via posterior com parafusos pediculares para correção da escoliose em pacientes com amiotrofia espinhal. MÉTODOS: realizou-se um estudo retrospectivo de 16 pacientes com amiotrofia espinhal submetidos à artrodese via posterior exclusiva, com parafusos pediculares. Foi avaliado o perfil geral dos pacientes e o potencial de correção do ângulo de Cobb e da obliquidade pélvica, além das complicações precoces. RESULTADOS: o ângulo de Cobb pré-operatório foi em média de 94,6º (65 a 132º), no pós-operatório de 40,4º (2 a 70º), percentual de correção de 57,2%. A obliquidade pélvica pré-operatória foi em média 34,7º (25 a 56º), no pós-operatório foi para 11,3º (0 a 20º), com percentual de correção de 67,4%. Cinco pacientes tiveram complicações precoces (31,2%) com boa resolução. CONCLUSÕES: o tratamento cirúrgico da escoliose em pacientes com amiotrofia espinhal por meio de artrodese via posterior utilizando parafusos pediculares tem grande potencial de correção da deformidade coronal e da obliquidade pélvica, sem grandes complicações no pós-operatório precoce.
OBJETIVO: avaliar retrospectivamente o poder de correção da deformidade escoliótica em pacientes tratados cirurgicamente com instrumental de terceira geração sendo utilizados exclusivamente parafusos pediculares tanto nas curvas torácicas quanto nas lombares. MÉTODOS: dezessete pacientes com escoliose idiopática do adolescente (EIA) foram submetidos a tratamento cirúrgico, com correção da deformidade e artrodese via posterior com parafusos pediculares em todas as vértebras. Foram analisados sexo, idade, linha de Risser e classificação da escoliose pelo sistema de Lenke. As curvas foram comparadas entre si no pré e pós-operatório em relação ao grau da curvatura pelo método de Cobb, sua flexibilidade por meio de radiografias em inclinação, translação vertebral apical (AVT, do inglês apical vertebral translation) e rotação vertebral apical (AVR, do inglês apical vertebral rotation). A porcentagem de correção pós-operatória foi analisada por meio do "índice de correção de Cincinnati" (ICC). RESULTADOS: houve correção significativa no ângulo de Cobb nas curvas maiores (p<0,0001) e nas curvas menores (p<0,0001). O ICC obtido para as curvas maiores (2,89) e menores (1,21) foi significativamente diferente do zero (p=0,0143 e p<0,0001, respectivamente). Em relação ao AVT, houve correção significativa nas curvas maiores (p=0,0007), porém não-significativa nas curvas menores (p=0,1082). O AVR foi corrigido significativamente tanto nas curvas maiores (p=0,0001) quanto nas menores (p=0,0033). CONCLUSÃO: o tratamento cirúrgico da EIA por artrodese via posterior com instrumental de terceira geração apresentou elevado poder de correção das deformidades, além de ter se mostrado técnica segura.
OBJETIVO: avaliar os resultados clínicos e radiográficos pós-operatórios da correção de cifose congênita em pacientes com mielomeningocele de nível torácico, utilizando a prótese vertical expansível de titânio para costela (VEPTR). MÉTODOS: estudo retrospectivo de 19 pacientes com mielomeningocele torácica e cifose congênita submetidos a tratamento com VEPTR, entre Outubro de 2005 e Outubro de 2008, com avaliação radiográfica e clínica pré e pós-operatória imediata. Foram avaliadas também a duração do procedimento cirúrgico, a necessidade de transfusão sanguínea e as complicações pós-operatórias. RESULTADOS: a média de idade dos pacientes foi de 70 meses ou cinco anos e dez meses (32 a 130 meses). A média de seguimento dos pacientes foi de 13,5 meses (2 a 26 meses). A duração média do procedimento foi de 117 minutos (variação de 70 a 195 minutos). Todas as crianças adquiriram equilíbrio de tronco, sendo que 13 delas não apresentavam isto no pré-operatório. A média da cifose pré-operatória foi de 115° (80° a 150°) e pós-operatória de 77° (50° a 104°), com porcentagem média de correção de 31,2% (1,1 a 61,5%). O desequilíbrio do tronco pré-operatório foi de 7,9 cm, em média (1,0 a 15,5 cm) e pós-operatório de 3,4 cm (0 a 8 cm). A correção média desse desequilíbrio foi de 50,4% (0 a 100%). Com relação ao peso, no pré-operatório a média foi de 15,4 kg (8 a 30 kg), e no pós-operatório de 20,6 kg (8,5 a 35 kg). O ganho médio de peso foi de 36,6% (9,8 a 100%). Dos 19 pacientes, cinco (26,3%) apresentaram complicações pós-operatórias. Nenhum paciente necessitou de transfusão sanguínea. CONCLUSÃO: a utilização do VEPTR nos pacientes portadores de mielomeningocele torácica com cifose congênita tem se mostrado uma alternativa eficaz e promissora de controle da deformidade em pacientes esqueleticamente imaturos.
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