Introdução: Angola é um país africano que viveu uma guerra civil por quase 40 anos. Grande parte da população esteve exposta à guerra ou a eventos traumáticos. O estresse resulta de um desequilíbrio entre as exigências da situação de agressão e os recursos do indivíduo para o enfrentar. Um sujeito que enfrenta acontecimentos traumáticos pode vir a manifestar reações de transtorno de stress pós-traumático ou ainda de ansiedade e depressão. Objetivo: verificar se existe diferença quanto ao grau de traumatização, ansiedade e depressão entre os sujeitos da zona urbana (menos exposta à guerra) e rural (mais exposta à guerra). Métodos: A amostra é composta 300 sujeitos pertencem à Matala (zona rural) e outros 300 à comunidade do Lubango (zona urbana). As idades estão compreendidas entre os 18 e os 65 anos, sendo 22,7% do sexo feminino e 77,3% do masculino. Resultados: Em relação ao transtorno de stress pós-traumático, não há diferenças significativas entre a zona rural e a urbana, enquanto se verificou um nível mais elevado de ansiedade na zona rural (94,6% contra 76,6% na zona urbana) e uma prevalência maior de Depressão na zona urbana (42% contra 36% da zona rural). Conclusão: Embora Angola viva uma situação de paz há cerca de 17 anos, ainda se verificam sequelas da guerra na população, sendo os índices de traumatização, ansiedade e depressão bastante elevados.
Angola viveu uma guerra civil durante quase trinta anos. Homens, mulheres e crianças foram vítimas directas ou indirectas desta guerra. Muitos ficaram traumatizados. Este livro apresenta estudos feitos com crianças, com civis e com militares, dando uma perspectiva clara dos efeitos psicológicos da guerra em Angola. Com o final da guerra em 2002, verifica-se uma diminuição progressiva da prevalência e do grau de sintomatologia do PTSD. No entanto, ainda existem bastantes pessoas afectadas pela guerra e pela consequente destruição das estruturas familiares e sociais. HIGHER
Um evento como a pandemia da Covid-19 ocasiona perturbações psicológicas e sociais que afetam a capacidade de enfrentamento de toda a sociedade a vários níveis de intensidade e propagação. O modo como respondemos a uma pandemia pode depender da nossa formação, da história de vida, de características particulares, e do local onde vivemos. Neste sentido, foi realizado um estudo com dois grupos, o dos estudantes universitários composto por 132 sujeitos e o dos profissionais de saúde, composto por igual número, com vista a avaliar o seu comportamento e os seus sentimentos durante o confinamento obrigatório causado pela pandemia da Covid-19. Verificou-se que os dois grupos se comportam de forma bastante diferente em quase todas as variáveis comportamentais e de sentimentos, tendo-se verificado que os estudantes universitários sentem de forma diferente do pessoal de saúde, apresentando este último grupo mais sentimentos negativos que o dos estudantes. Profissionais expostos diretamente aos riscos de contaminação, especialmente aqueles que atuam em hospitais e postos de saúde podem manifestar efeitos psicológicos negativos, o que vem explicar as diferenças encontradas entre os dois grupos.
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