Este artigo tem o objetivo de relatar a experiência interprofissional da prática clínica ambulatorial em fitoterapia magistral realizada pela Associação Brasileira de Fitoterapia (ABFIT) no Hospital Federal do Andaraí (HFA), a qual está inserida no programa de qualificação profissional desta associação. Trata-se de um estudo que incorpora relatos de experiência e levantamentos bibliográficos para a produção de dados. A prática clínica ambulatorial aqui relatada tem como base teórica a combinação de elementos médicos tradicionais e conhecimentos técnicos-científicos, em especial da Medicina Tradicional Chinesa. A integração desses fundamentos possibilita que a prescrição da fitoterapia seja executada através da associação de extratos vegetais em formulações magistrais que atendem à demanda individual do usuário. Esta abordagem permite ao aluno reunir indicações farmacológicas e tradicionais, proporcionando como resultado a maior eficácia do tratamento. Acredita-se que a experiência da ABFIT possa fornecer subsídios para o desenvolvimento de um modelo de atenção em saúde inovador no campo das Práticas Integrativas Complementares (PICs).
Introdução: Náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia (NVIQ) são importantes efeitos colaterais dos tratamentos antineoplásicos. Algumas plantas medicinais vêm sendo estudadas no manejo desses efeitos, como o gengibre (Zingiber officinale). Objetivo: Realizar uma revisão acerca do uso via oral do gengibre no manejo de NVIQ em pacientes com câncer. Método: Revisão integrativa da literatura realizada na base de dados MEDLINE, em setembro de 2022, adotando a combinação das palavras-chave “Zingiber officinale” e “Cancer”. Foram também aplicados filtros na seleção para incluir ensaios clínicos aleatórios publicados entre 2012 e 2022. Resultados: Ao todo, foram analisados nove estudos. O gengibre apresenta potencial de reduzir NVIQ em pacientes com câncer, refletindo positivamente na qualidade de vida e na melhora do apetite e da fadiga. Os estudos não observaram efeitos adversos da administração do gengibre. Conclusão: O uso por via oral do gengibre demonstra ser uma estratégia segura para o manejo de NVIQ em pacientes com câncer, na dose de 1 g/dia do gengibre em pó, podendo ser utilizado como terapia complementar juntamente com regimes antieméticos padrões.
As plantas medicinais têm sido utilizadas como fonte alternativa no tratamento de doenças hepáticas, cabendo destacar a Alcachofra (Cynara scolymus L.) e o Cardo mariano (Silybum marianum), que atualmente vêm apresentando evidências de efeitos hepatoprotetores. O presente artigo tem como objetivo buscar evidências científicas acerca da efetividade hepatoprotetora destas plantas. Trata-se de revisão de literatura com seleção criteriosa da produção científica das plantas medicinais mencionadas acima, os quais foram selecionados 19 artigos que preencheram os critérios estabelecidos. Para tal foram consultadas as seguintes bases de dados: Scientific Eletronic Library online (SciELO), Pubmed, Science Direct e OVID. Os resultados apontaram para escassez de estudos clínicos em relação ao efeito hepatoprotetor da Cynara scolymus frente ao dano hepático. Por outro lado, os estudos pré-clínicos e clínicos da Silybum marianum mostraram avanços em relação ao efeito anti-inflamatório. Embora a maior parte (63%) dos estudos serem experimentais, os resultados parecem promissores em relação ao efeito hepatoprotetor. Portanto, consideramos que as plantas em questão podem ser uma boa alternativa para o tratamento hepático, no entanto, existe a necessidade de mais investimento em estudos clínicos randomizado em humanos, com amostra estatisticamente significativa para melhor elucidar a utilização das mesmas frente aos danos hepáticos.
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