resumo A partir da análise de dados do IBGE sobre o mercado de trabalho no perío- do pré e durante pandemia, além de literatura pertinente, este artigo contempla três dimensões: (i) traça um breve panorama sobre o contexto de crise econômica e do emprego e das mudanças que redundaram na reforma laboral de 2017 e os indicadores do mercado de trabalho no período que antecede a crise sanitária; (ii) os indicadores do mercado de trabalho no contexto da pandemia, que sinalizam os impactos sobre o trabalho; (iii) os desafios impostos ao sindicalismo decorrentes da intensificação da agenda neoliberal dos últimos quatro anos. Demonstra que a crise sanitária causada pelo Sars- CoV-2 potencializou a fragilidade do mercado de trabalho que vinha em franco processo de deterioração nos últimos quatro anos no Brasil. Atingiu, de forma contundente e de diversas maneiras toda a classe trabalhadora dos diversos setores econômicos e de forma desigual nas diferentes regiões do Brasil.
Resumo Este artigo tem por escopo discutir o fenômeno do teletrabalho, que foi impulsionado em razão do contexto da pandemia do Covid-19 em 2020. Destaca-se a nova narrativa do capital, que, ao tempo que exalta seus benefícios, tende a ocultar os riscos, bem como as possibilidades de reformulação dos ganhos empresariais na exploração do trabalho humano. Para tanto, revisa-se o novo cenário do trabalho, a partir do contexto da denominada “modernização” das relações laborais, considerando os processos de intensificação das jornadas, de apropriação do espaço privado da residência dos trabalhadores, de compatibilização entre trabalho produtivo e reprodutivo, sobretudo por mulheres, de isolamento em relação aos coletivos de trabalho e suas articulações políticas, bem como de sofrimento e adoecimento psíquico. A partir de bibliografia pertinente e da análise de dados secundários sobre o teletrabalho na atualidade, é problematizada a regulação incidente sobre esses trabalhadores como elemento conformador do fenômeno.
RESUMOO presente artigo busca traçar o panorama sobre as principais discussões e temáticas de investigação do trabalho e da classe trabalhadora no cenário brasileiro das últimas três décadas, organizando-o em três partes. Na primeira, delineamos o debate em torno da crise do trabalho, as transformações no trabalho e suas configurações, bem como o debate sobre o sindicalismo e as implicações para esse campo de investigação. Na segunda parte, destacamos os novos temas abordados pelo campo e algumas de suas temáticas centrais no período recente. Na última parte, salientamos, como um de seus desafios, a necessidade da agenda da Sociologia do Trabalho brasileira aproximar-se da internacional no tocante à relação entre a crise da globalização, o recrudescimento da precariedade do trabalho em escala nacional e internacional e o impacto sobre o movimento dos trabalhadores, em especial, seus setores mais jovens.
<p><span>Este artigo analisa as mudanças no trabalho decorrentes das novas tecnologias informacionais e as ocupações oriundas de sua utilização. Entre as ocupações analisadas encontram-se os desenvolvedores de </span><em>software</em><span>, os montadores de </span><em>hardware</em><span> nas fábricas de equipamentos informáticos, os atendentes de </span><em>callcenter</em><span> em serviços terceirizados, como também o trabalho em plataformas digitais. Buscamos responder, ainda que preliminarmente, em que medida a reforma trabalhista estabelecida em 2017 no Brasil favorece a fragmentação ainda maior do trabalho, liberando a terceirização de forma geral, que tem na chamada “uberização” seu formato mais extremo. Concluímos que a precariedade é constituinte desses “novos” trabalhos que surgem num contexto de flexibilidade e inovações tecnológicas, na qual a internet pontifica, mesclando tempo e espaço, embaralhando questões constituintes do próprio valor trabalho, do tempo e espaço, do material e imaterial e do próprio conceito de empresa. Uma das facetas mais contraditórias no chamado capitalismo flexível consiste na transferência do risco da atividade econômica para os trabalhadores.</span></p><p> </p><div><p class="trans-title"><strong>DIGITAL WORK AND EMPLOYMENT: the labor reform and the deepening of precariousness</strong></p><p>This article aims to analyze the changes in Labor in terms of it’s flexibility of relations, technology and emerging occupations from new Technologies of Information and Communication (TICs). Among the analyzed activities are the Software developers, hardware assemblers in computing factories, outsourced call center attendants and digital platform workers. One of the issues analyzed, although preliminarily, is in wich measure the change in Labor Law, ocurred in 2017 in Brazil, favored the “Uberization”of Work. By analizing these activities and it’s kinds of contract, we concluded that precariousness is an element of the aforementioned occupations, which were originated in a context of flexibility and technological innovations, made possible by the Internet, mixing time and space, shuffling issues that are part of the own value of labor, material and imaterial and in the own concept of Enterprise. One of the most contradictory facets of the so called flexible capitalisme consists in the transfer of risk of economic activity to the workers.</p><p><strong>Key words: </strong>Information and Communication Technologies; Uberization; Labor reform; Technoliberalism</p><p class="trans-title"><strong><br /></strong></p></div><div><p class="trans-title"><strong>LE TRAVAIL DIGITAL ET L´EMPLOI: la reforme du travail et l’approfondissement des precarites</strong></p><p>Cet article cherche à analyser les changements dans le monde du travail surtout à propos de la flexibilisation des relations et les surgissement et des nouveaux postes de travail parvenus des “Technologies de l’Information et de la Communication (TIC)”. Parmi les occupations analysées se trouvent les développeurs de software, les assembleurs de matériel de hardware, les télévendeurs et les travailleurs des plate-formes númeriques. On a pu analyser, de façon preliminaire, le changement du réglement au travail au Brésil, que a eu lieu en 2017, bien que leur influence sur “l´uberisation” du travail dans ce pays. Après avoir étudié les tâches et les contrats du travail, on est arrivés à la conclusion selon laquelle les précarités au travail sont la réalitée des nouveaux métiers, crées par l´espace de l´innovation tecnologique, où l´on mélange les notions de temps et l’espace, de matériel et l´immatériel, de la valeur du travail et de l´ entreprise. Finalment, on envisage l´une des plus sevères contradictions du “capitalisme fléxible”, à savoir, le dêpot des risques de l’activité économique sur les travailleurs.</p><p><strong>Key words: </strong>Des technologies de l’information et de la communication; L´uberisation; Réforme du travail; Technolibéralisme</p><p class="trans-title"><strong><br /></strong></p></div>
O presente trabalho analisa a flexibilidade das formas de contratação da força de trabalho dos desenvolvedores de software de Curitiba e Região e resulta de pesquisa empírica realizada, na qual entrevistamos trabalhadores e empresários do setor. Encontramos a prevalência da contratação de trabalhadores como pessoa jurídica, como "CLT Flex" ou através de cooperativa de trabalho. Além de uma clara tentativa das empresas de afastar os encargos trabalhistas que incidem sobre a relação de trabalho, a proliferação de formas flexíveis de contratação parece estar relacionada, nessa indústria, à forma como se estrutura o processo produtivo, organizado por projetos, e ao discurso justificador das atuais formas de gestão, que têm em seu cerne a noção de empregabilidade. Essas constatações indicam que o trabalho que envolve alta tecnologia também se organiza como um trabalho assalariado tipicamente capitalista, cuja lógica não parece diferir daquela que rege as relações entre capital e trabalho em outros segmentos da economia.
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