A mobilidade na fronteira Brasil – Paraguai (Foz do Iguaçu e Ciudad del Este) é um fenômeno observado por moradores locais, turistas, pesquisadores e pesquisadoras. Esse contexto fronteiriço tão singular foi tema de inúmeros trabalhos acadêmicos, sobretudo centrados nos tópicos relacionados ao comércio, contrabando e descaminho. Entretanto, outros fluxos vêm ganhando espaço no cruce cotidiano da Ponte da Amizade, com milhares de brasileiros e brasileiras buscando no Paraguai a formação superior em medicina nas instituições de ensino superior privadas. O presente trabalho contextualiza essa fronteira tão singular e apresenta o cenário da educação superior em medicina atual na região.
Por isso que os textos (capítulos) deste livro abrem espaço para novos processos de decolonizar, eles incomodam, eles pretendem trazer algumas das questões cruciais, tais como, a desigualdade social estratificada pelos marcadores de raça, classe, etnia, sexual, gênero que se esbarram no cotidiano, e que merecem ser desvelados.Um dos desvelamentos é em atenção aos sustentáculos morais e sociais do colonialismo que ainda persistem, não como a mesma força, mais são conceitos que desqualificam as relações democráticas. Demarca na história a ideia de existir uma pirâmide social de exclusão quando se refere à condição da mulher, do negro, dosLGBTQi+.Quando se pensa decolonizar tal modelo, é questionador observar que as práticas vividas nos espaços público e privado que os gêneros transitam há distorções no direito, não é igual a todos.Bem como, os marcadores de classes, e nesse contexto, seja a mulher negra, homem negro, por exemplos, vão encontrar outros marcadores, como a pobreza, e por isso, o ato decolonizar é mais complexo, exigente quando se refere aos marcadores sociais.Os marcadores sociais destinam a vida dos insurgentes de formas objetiva e subjetiva, que de maneira desigual forçam-os a perceber que são tratados diferente, devido a sua raça, etnia, orientação sexual e de gênero, e a posição econômica na sociedade. Essas diferenças são alinhavadas de preconceitos, de exposições discriminatórias e por isso, invadem-os em todos os espaços de vida.Essas práticas preconceituosas e discriminatórias ainda subjazem nas instituições e organizações públicas, consequentemente, os espaços que deveriam ser discussões, são marcados de exclusão, de negação, e que interpõem a uma luta em prol de processos de decolonização, e neste se encontram os aspectos do contradito e do conflito, mas também da esperança e do vir a ser, que está sendo feito processualmente.A luta dos insurgentes coloca nos atos de decolonizar, a busca pela liberdade, justiça social, equidade e igualdade social, e pelo fim da violência institucionalizada.Alguns caminhos dessa luta dos insurgentes vão pelo direito, pela instauração de novas práticas e pela poesia, como movimentos que libertam, engendram novas formas de resistência e de enfrentamento contra os preceitos e práticas excludentes na sociedade brasileira.Se gestam assim, no decolonialismo infinitas ligações entre as palavras e experiências, que se examinam mutuamente, provocando nessa trajetória, outras Gênero, Decolonialidade e Direitos Humanos: Diálogos insurgentes Prefácio 7raízes, que almejam mais paz, justiça e novos epílogos de uma história nova, em que as práticas de torturas, punições que marcam os corpos dos insurgentes, exigem-nos a um repensar com as novas letras e práticas para compor essa história nova.O livro, portanto, nos possibilita a este repensar, convida aos leitores adentrar no mundo das lutas dos insurgentes, e nelas refletir, pois existem novas possibilidades, e um dos caminhos que este livro nos aponta é permanecer pesquisando, estudando, desvelando e fazendo novas tessitu...
As problematizações de gênero são parte importante na complexa tarefa de apreensão das realidades sociais, inclusive nas pesquisas de/nos contextos fronteiriços. Neste trabalho apresenta-se a temática da violência contra as mulheres no espaço da Tríplice Fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai, onde se cruzam as respectivas cidades de Puerto Iguazú, Foz do Iguaçu e Ciudad del Este. São expostos alguns dados sobre a incidência deste tipo de violência neste território, bem como são apresentadas de forma breve as principais ferramentas legais e entidades de ação civil e social que realizam o acolhimento e apoio dessas mulheres. Infelizmente a violência de gênero não conhece limites nacionais e as reflexões apresentadas também convidam a pensarmos enquanto pesquisadoras e pesquisadores, gestores públicos, e sociedade de forma geral, em iniciativas que busquem ampliar a proteção a essas mulheres e diminuição dos inúmeros tipos de violências também nos porosos espaços de fronteira.
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