A hanseníase é uma infecção causada pelo Mycobacterium leprae, de curso crônico, que podedeterminar o surgimento de deformidades e incapacidades físicas importantes. Atualmente oBrasil é o segundo país no mundo com maior número de casos. Trata-se, portanto, de umadoença de notificação compulsória e um grave problema de saúde pública. Dentre asprincipais formas de prevenção da doença e dos impactos associados a ela, destacam-se odiagnóstico e o tratamento precoces que, por sua vez, relacionam-se essencialmente com abusca ativa e oportuna de casos. O presente estudo teve como objetivo avaliar a efetividadede ações da Estratégia de Saúde da Família na detecção precoce e na redução do número decasos com grau 2 de incapacidade física (GIF2) de Hanseníase no Distrito Federal (DF). Foirealizado, portanto, um estudo descritivo e ecológico, a partir de dados secundáriosdisponíveis sobretudo no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) doMinistério da Saúde. Os indicadores avaliados compreendem informações sociodemográficas(sexo, idade, escolaridade eraça/cor) e epidemiológicas (forma clinica, classificaçãooperacional, modo de detecção, baciloscopia e grau de incapacidade física no dagnóstico) doscasos novos de hanseníase notificados nos anos de 2014 a 2019 no DF. Ademais, foi analisadoo número de equipes e a cobertura da Estratégia de Saúde da Família (ESF) no DF. Observouseentão que, no período estudado, foram notificados 1145 casos novos de hanseíase no DF,dentre os quais houve a prevalência do sexo masculino, da faixa etária de 30-39 anos e daraça/cor parda. Em relação à escolaridade, foi verificado baixo nível de instrução na maioriados casos. Quanto aos dados epidemiológicos, nota-se o predomínio de casos com a formaclínica dimorfa, multibacilares e com baciloscopia negativa. Entre o total de casos novosnotificados, foi observado grau de incapacidade física no diagnóstico em 36,16% e o principalmodo de detecção foi o encaminhamento. Destaca-se ainda que, entre os anos de 2018 a2019, houve aumento na detecção de casos novos de hanseníase por 100.000 habitantes e naproporção de casos com GIF2 no diagnóstico. No que se refere à cobertura e ao número deequipes da ESF, constatou-se a redução desse serviço de 2018 para 2019. Salienta-se aindaque a ESF foi regulamentada em 2017 no DF, tornando possível a consolidação e a avaliaçãode dados de cobertura apenas a partir de 2018. Desse modo, devido ao pouco tempo deocorrência da ESF, não foi possível estabelecer uma relação significativa entre a efetividadeda ESF e a proporção de casos de hanseníase com GIF2 no diagnóstico. Ainda assim, a análisede dados epidemiológicos sugere queda na qualidade dos serviços prestados às pessoasacometidas e detecção tardia de casos da doença no DF.
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