Este artigo é o resultado da autoetnografia da experiência de um dos autores (Autor 1) como “analisa ambiental” no departamento de meio ambiente de uma corporação transnacional produtora de energia elétrica, entre os anos 2010-2016. Neste período, o referido autor integrava a equipe técnica responsável pela condução de programas de mitigação e compensação ambiental de dois grandes empreendimentos hídricos, a saber: a barragem Belo Monte, na Volta Grande do rio Xingu, Amazônia; e a barragem do rio Jequitaí, afluente do rio São Francisco, na região Norte de Minas. Numa abordagem antropológica, o artigo busca problematizar a ideologia externa de legitimação da política do licenciamento ambiental a partir do registro dos jogos linguísticos cotidianos cultivados pelos experts ambientais corporativos frente ao seu envolvimento com um mundo muito mais vasto que aquele alcançado pelos jargões ou pelos dogmas de sua atividade profissional. Em diálogo com a literatura antropológica e sociológica responsável por inaugurar um debate crítico em torno das consequências e dos usos de determinadas formas de produção de conhecimento associadas à regulação ambiental de atividades e projetos potencialmente poluidores, este texto busca indicar como a intimidade cultural dos experts ambientais corporativos é um fator produtivo das dimensões de vida e morte que marcam a instalação e operação dos megaempreendimentos.
At the root of much of the deforestation, land rights violations, human rights abuses and ultimately the continuation of unequal, neocolonial North-South relations are the two-fold phenomena of global market pressures for extractivism and mass production of resources and the militarization of response to social conflicts created by these activities. We will investigate the ‘new’ extractivism economic activities from the perspective of the violence perpetrated by assemblages of power against indigenous protest movements in the Peruvian Amazon region. Specifically, we will probe a grassroots’ response to the way Peru’s elites have integrated the country within the global economic system: we focus on Indigenous peoples’ protests in 2008-9 against the new regulation to open the Amazon for development of resources by private companies carried out by Peru’s President Alan García, on the grounds that it represented a threat to their natural resources and livelihood.
Este texto é um ensaio etnográfico com base em situações vivenciadas pelo coautor Rafael da Costa enquanto trabalhava como analista ambiental no departamento de meio ambiente de uma corporação produtora de energia elétrica, entre 2010-2013, período em que integrava a equipe técnica responsável pela condução de programas de mitigação e compensação ambiental da Barragem Belo Monte, na Volta Grande do rio Xingu, Amazônia. Em uma abordagem antropológica, o ensaio busca descrever como os profissionais da expertise ambiental corporativa interpretam um mundo muito mais vasto do que aquele alcançado pelos jargões de sua atividade no cotidiano. Nosso objetivo é demonstrar como os modos mais íntimos de entendimento destes profissionais – os quais se estabelecem em contraste com os padrões técnicos requeridos da análise ambiental empresarial – configuram fator produtivo das dimensões de destruição e morte que marcam o campo de um megaempreendimento.
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