A dor é freqüente no doente com câncer (1)(2)(3) . Dentre as síndromes álgicas, as que se apresentam nos doentes oncológicos são das mais incapacitantes. A dor manisfesta-se em 51% a 70% dos doentes em algum estágio evolutivo da doença neoplásica (3) , muitas vezes, por ação direta do tumor, invadindo e comprimindo vasos e terminações sensitivas ou decorrente do próprio tratamento oncológico, destacando-se os procedimentos operatórios, a radioterapia e a quimioterapia. É menos comum nos períodos iniciais da enfermidade, sendo referida por 20% a 50% dos pacientes na ocasião do diagnóstico e por 70% a 90% daqueles com a doença em estágio avançado (1) . É descrita como moderada em aproximadamente 30% a 60% e muito intensa em 17% a 40% dos enfermos (2,4) . Com a finalidade de sugerir normas para o controle da dor na doença oncológica, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reuniu especialistas que instituíram o Guia para Tratamento da Dor no Câncer (2,5) cujo esquema básico foi denominado "escada analgésica da OMS". Esta é representada como uma escada de três degraus e baseia-se na combinação de medicamentos não-opióides, opióides e drogas adjuvantes que permitem o controle da dor em 70% a 90% dos doentes com câncer (5) . O tratamento preconizado pela OMS para o alívio da dor no câncer deve ser, sempre que possível, o tratamento do câncer em si. A utilização de drogas analgésicas, medidas de apoio psicoterápico e fisioterápico, bloqueios nervosos e procedimentos neurocirúrgicos são complementares à terapêutica anticancerosa (2,5) . Os procedimentos neurocirúrgicos estão indicados na falência das demais medidas (6)(7)(8)(9) . Um dos procedimentos neurocirúrgicos para combater a dor é a cordotomia, que consiste na interrupção do trato espinotalâmico lateral cervical, oposto ao lado em que a dor é referida. (6)(7)(8)10) Resumo A dor oncológica é, freqüentemente, progressiva e incapacitante. Um terço dos pacientes em tratamento e dois terços dos pacientes com doença avançada referem ter dor. Os tratamentos iniciam-se com medicações analgésicas não opióides e drogas adjuvantes, passando para opióides com aumento progressivo das doses e procedimentos neurocirúrgicos, quando há indicação. Cordotomia cervical percutânea é um procedimento neurocirúrgico para tratamento da dor oncológica unilateral, especialmente em extremidades, que proporciona alívio imediato e baixa morbidade. A participação da enfermeira na efetividade desse tratamento tem sido imprescindível, razão pela qual a autora resolveu relatar a experiência, pouco freqüente em trabalhos publicados em nosso meio. Em 1911, realizou-se a primeira cordotomia a céu aberto para o tratamento de dor no homem (11,12) . Em 1963, Mullan (11) simplificou o método, introduzindo a cordotomia cervical percutânea, usando agulha com ponta de estrôncio próxima à região ântero-lateral da medula espinhal. Logo depois, este alterou sua técnica utilizando corrente elétrica direta na região ântero-lateral da medula, provocando alívio mais rápido da dor. Em 1965, Rosomoff (12) foi ...
O cateter peridural tunelizado como via de administração de opiáceos vem sendo utilizado desde o início de 1980. Pacientes com dor crônica, que não obtêm alívio com medicamentos por outras vias, são muito beneficiados com infusão de opiáceo associado a um anestésico local por via peridural. Entretanto, ainda existem dúvidas sobre a eficácia do método, no manuseio e, conseqüentemente, quanto ao risco de infecção e outras complicações. Sendo a equipe de enfermagem fundamental para efetivar o tratamento para o alívio da dor, esse estudo propõe demonstrar como manter a técnica segura. Foram acompanhados 27 pacientes com dor crônica entre 2002 e 2004, que utilizaram o cateter peridural por 18 dias em média, implantados em nível torácico ou lombar. Não houve complicações como abcesso peridural, meningite ou hematoma peridural. A satisfação dos pacientes quanto a analgesia foi evidente.
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