O estudo buscou investigar experiências de profissionais que trabalharam no processo de doação de órgãos e tecidos para transplantes durante  pandemia da COVID-19. Trata-se de um estudo qualitativo que a partir do Método Bola de Neve, entrevistou participantes de três estados do Nordeste do Brasil. Como resultado, encontrou-se que a comunicação da morte para os familiares e a adequação das rotinas do serviço após a pandemia do Novo Coronavírus são situações consideradas de difícil manejo profissional. A menção a conhecimentos insuficientes sobre o processo de doação e a falta de estrutura são vistos como empecilhos; e os sentimentos de angustia e gratidão se destacam na rotina das equipes nos três estados. Concluiu-se que comunicação de más notícias no processo de doação é uma problemática de relevância que merece convocar debates para repensar a formação dos profissionais do campo da saúde. O estudo ratifica que são múltiplos os fatores que fundamentam a tomada de decisão das famílias, mas que a qualidade do acolhimento recebido, a segurança e o preparo do entrevistador, sobretudo uma comunicação adequada, são fundamentais para um desfecho favorável à doação.