Este trabalho reporta um estudo desenvolvido no âmbito da formação contínua de educadores e professores com foco no desenvolvimento de uma ação de curta duração centrada na realização de uma atividade de trabalho experimental, integrando ciências naturais, matemática e arte, tomando como contexto uma obra do artista plástico Manuel Cargaleiro. Os conteúdos da atividade focaram a pavimentação do plano com figuras poligonais e fenómenos da interação da luz com a matéria, evidenciando as cores. A ação tem vindo a ser oferecida como oficina de trabalho em diversas situações. Impôs-se, pois, analisar qual o interesse que despertava nos formandos, tendo-se estabelecido como objetivo do estudo avaliar a ação de formação através das opiniões dos participantes. Adotou-se uma metodologia de índole descritiva, tendo os dados sido recolhidos através de notas de campo e de um questionário construído para o efeito, contemplando um conjunto de questões fechadas associadas a uma escala de Likert e uma questão aberta. A análise dos dados foi orientada por duas categorias de análise: (i) perspetivas do potencial da atividade para a aprendizagem das crianças/alunos; (ii) perspetiva de ensino dos docentes. Os resultados sustentam que os participantes avaliaram positivamente a ação, nomeadamente ao nível da compreensão da natureza do trabalho experimental, do contributo da atividade para gerar motivação e desenvolver capacidades de questionamento, testagem, interpretação de dados e experimentação. Na perspetiva do ensino dos docentes, as opiniões convergem para o reconhecimento da relevância da ação para a formação contínua, para a interação entre contextos de educação formal e não formal e a integração de áreas curriculares.
A prática de ensino supervisionada ocupa um tempo privilegiado na formação para o ensino da matemática, promovendo o desenvolvimento de competências associadas à profissão docente, mormente aquelas que serão indispensáveis para a formação de futuros cidadãos responsáveis, ativos e implicados na construção de uma sociedade da qual a matemática é parte indissociável. Para tal, a escola deve ser uma instituição aberta à comunidade, em sintonia com a realidade, renovadora, capaz de proporcionar bem-estar pessoal, físico e social aos jovens e prepará-los harmoniosamente para o futuro. Naturalmente que, se os estagiários não experienciarem situações de planificação, implementação e avaliação de percursos de ensino e aprendizagem e a construção de recursos didáticos ajustados ao ensino de conteúdos curriculares em contextos não-formais, fica dificultada a sua ação de futuros professores no sentido da abertura da escola à comunidade e ao meio envolvente.Com o estudo aqui apresentado, sustentado nas premissas e na problemática expostas, propusemo-nos desenvolver e avaliar uma estratégia formativa que proporcionasse aos nossos estagiários a oportunidade de se iniciarem no ensino da matemática, numa perspetiva integradora com outras áreas do currículo do 1.º CEB, na interação entre contextos formais e não-formais.Os resultados, suportados na análise das reflexões das futuras professoras e das opiniões das professoras cooperantes, sustentam uma avaliação muito positiva.
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