Introdução: Dentre os contraceptivos reversíveis de longa ação disponíveis no mercado, o dispositivo intrauterino (DIU) de cobre é o método oferecido pelo Ministério da Saúde para ser disponibilizado na rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar de ser uma forma de contracepção com alta eficácia e segurança, inclusive em adolescentes e nulíparas, o DIU ainda é subutilizado no Brasil. Objetivo: Traçar o perfil das mulheres submetidas à inserção de DIU de cobre na Atenção Primária à Saúde (APS) de municípios da Paraíba. Métodos: Estudo transversal, descritivo, com amostra de 246 mulheres submetidas à inserção de DIU de cobre em Unidades Básicas de Saúde (UBS) de municípios da Paraíba entre 2016 e 2019. Informações sobre idade, ocupação, escolaridade, estado civil e paridade dessas mulheres foram coletadas de prontuários médicos e registros do procedimento. As variáveis nominais foram apresentadas por meio de suas frequências absolutas e relativas e as variáveis contínuas por meio de suas médias, medianas e modas. Resultados: A idade das mulheres variou de 15 a 50 anos, sendo a idade média de 27,4 anos, 158 (64,2%) usuárias eram casadas ou estavam em união consensual e 150 (61%) mulheres apresentavam pelo menos o ensino médio completo. Na amostra, 110 (44,7%) mulheres exerciam alguma atividade remunerada e 97 (39,4%) declararam-se do lar. Foram observadas 27 (11%) nulíparas e 215 (87,4%) mulheres com pelo menos um filho, sendo uma média de 1,6 filhos por mulher. Dentre as adolescentes do estudo, 15 (75%) tinham pelo menos um filho. Conclusão: A maioria das mulheres que inseriram DIU na APS de municípios da Paraíba apresentava entre 20 e 29 anos, possuía ensino médio completo, exercia atividade remunerada e continha de 1 a 2 filhos. As baixas porcentagens de mulheres com baixa escolaridade, adolescentes e nulíparas encontradas na amostra apontam para a necessidade de traçar estratégias específicas de incentivo ao dispositivo intrauterino na Atenção Primária à Saúde.
Introdução: A inserção do dispositivo intrauterino é uma competência esperada para o médico generalista. No entanto, esse método encontra muitas barreiras ao ser inserido nas unidades básica de saúde, como a falta de treinamento dos profissionais e o medo que as mulheres têm de sentir dor. Objetivo: Avaliar a intensidade da dor durante o procedimento de inserção do dispositivo intrauterino realizado por médicos generalistas em unidades básicas de saúde na região metropolitana de João Pessoa e sua associação com fatores sociodemográficos, aspectos clínicos da mulher e formação médica. Métodos: Estudo transversal e descritivo, com dados coletados em 16 unidades básicas de saúde nos municípios de Conde, Caaporã, João Pessoa e Sapé, no intervalo de março a outubro de 2019. A coleta de dados foi realizada por entrevista individual com questionário estruturado, e a dor foi graduada pela escala visual analógica. Os dados foram analisados utilizando-se os testes de Mann-Whitney e χ². Resultados: Participaram do estudo 139 mulheres com idade mínima de 14 e máxima de 47 anos, cuja média de dor foi de 5,5 para aquelas que estavam menstruadas e de 4,6 para as que não estavam. A dor leve esteve presente em 20,1%, a dor moderada em 38% e dor intensa em 31,7%. Histerometria acima de 7 cm, histórico de uso de anti-inflamatórios na menstruação e de dismenorreia estiveram mais presentes em quem referiu dor intensa (p<0,001). Quanto à qualificação do médico que insere o dispositivo intrauterino, não houve significância estatística na correlação de dor intensa com o fato de ele ser residente (p=0,268), com o tempo de formatura (p=0,080) nem com a dificuldade técnica encontrada (p=0,065). Conclusões: A dor foi considerada pela maioria das mulheres como moderada, sendo uma oferta e um procedimento viável de ser ensinado e inserido na Atenção Primária à Saúde.
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