<p class="texto" align="left">O movimento abolicionista com sua diversidade de atuação e de agentes provocou uma onda de mobilizações que se estendeu por todo o país. Na província pernambucana, no ano de 1884, por conta da abolição no Ceará, ganhou novo fôlego e mais força. Em oposição a essa mobilização, proprietários de escravos tentaram frear mudanças na ordem social estabelecida, mas, ainda assim, as pessoas escravizadas não deixaram de lutar por sua liberdade. Essa luta foi marcada por intempéries vivenciadas principalmente pelos escravos. Este artigo tem a intenção de reconstruir um pouco do ambiente experimentado por senhores de engenho e seus trabalhadores ao longo da década de 1880, período que foi percebido como de transformações profundas no que diz respeito, notadamente, à escravidão e às relações sociais por ela regidas.</p><p class="texto" align="left"> </p><p class="abstract"><strong>Palavras-chave</strong>:<strong> </strong>abolição - movimento abolicionista em Pernambuco - abolição no Ceará.</p><p class="texto" align="left"> </p><p class="abstract"> </p><p class="texto" align="left"><span style="vertical-align: super;"> </span></p><p class="abstract"> </p><p class="abstract"> </p>
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O documento que agora se publica foi redigido no rescaldo imediato da Conjuração Mineira (1788-89), com o propósito de alertar as autoridades metropolitanas para o risco da dissidência se estender a outras capitanias, nomeadamente ao Rio de Janeiro. Desde logo, cumpre chamar a atenção para os termos da divulgação do escrito, que não parecem ter sido acidentais. É que o nome que assina a exposição -Amador Patrício de Portugal -corresponde, muito provavelmente, a um pseudônimo, mas não a um pseudônimo qualquer. Na verdade, parece existir uma colagem deliberada a um outro pseudônimo, Amador Patrício de Lisboa, utlizado, segundo se supõe, por Francisco José Freire, na publicação de uma obra que fazia a exaltação da atividade legislativa, levada a cabo no seguimento do Terramoto de 1755 1 . Aos olhos de Patrício de Portugal, aquela referência familiar emprestaria à sua exposição um sentido de urgência que só encontrava paralelo na famosa catástrofe, projetando as suas considerações para o centro da política portuguesa. Tal seria a medida da inquietação do autor. Num certo sentido, para ele, as circunstâncias mencionadas careciam do mesmo tipo de vigor legislativo outrora imposto, e compilado ulteriormente sob o patrocínio do futuro marquês de Pombal 2 .O documento é conhecido da comunidade acadêmica, ainda que tenha sido pouco explorado, mesmo nos seus aspectos mais singulares. Como não podia deixar de ser, uma primeira leitura do texto revela uma linguagem enviesada pelos preconceitos tradicionais que os portugueses do reino alimentavam, relativamente aos portugueses da América. Fruto de contradições essencialmente inócuas, não obstante o teor inequivocamente hostil da exposição, eram elementos que não punham propriamente em causa "o substrato identitário da colonização portuguesa [que] era 1 Publicadas em 1758, sem referência a local ou a nome de impressor, as Memorias das Principaes Providencias que se deraõ no Terremoto, que padeceo a Corte de Lisboa no anno de 1755, representam um contraponto a outros escritos que foram publicados nesse mesmo período e que questionavam as medidas tomadas pela Coroa naqueles primeiros anos da década de 1750. A este respeito, ficou célebre o opúsculo do jesuíta Gabriel Malagrida, que rejeitava as explicações naturais para o Terremoto de 1755, postas a circular por Carvalho e Melo, considerando que a catástrofe se devera à intervenção divina destinada a castigar o reino. Gabriel Malagrida. Juizo da verdadeira causa do Terremoto que padeceo a Corte de lisboa, no Primeiro de Novembro de 1755. Lisboa: na Officina de Manoel Soares, 1756. 2 Inocêncio Francisco Silva.
Doutora em História Social da Cultura pela Unicamp, Mestre em História pela UFPE, professora da Faculdade Boa Viagem/Devry Brasil e professora substituta na UFPE. Pesquisa financiada pela Fapesp e pela Capes. Trabalhadores de engenhos: composição e experiências no período abolição e pós-abolição (Zona da Mata Sul de Pernambuco 1884-1893)* Sugar mills workers: composition and experience in post-abolition and abolition period (Zona da Mata Sul of Pernambuco from 1884 to 1893) Resumo O objetivo fundamental deste artigo é tratar dos trabalhadores que atuaram no mundo dos engenhos, em uma conjuntura da abolição e do pós-escravidão na Mata Sul de Pernambuco. Com uma análise pautada a partir de um diálogo intenso com os processos judiciais das cidades de Ipojuca e Escada percebemos o perfil da mão-de-obra dos canaviais delineando perspectivas de gênero, cor e idade, como também, as experiências destes indivíduos.
O presente artigo versa a respeito dos últimos anos do processo de abolição em Pernambuco e especificamente como esse momento foi experimentado por três mulheres escravas em um engenho açucareiro da Mata Sul de Pernambuco. Este texto por meio de um processo judicial discute, introdutoriamente, gênero, abolição e fugas na década de 1880 na província pernambucana.
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