A fibromialgia (FM) corresponde a uma das doenças crônicas e incapacitantes mais prevalentes e estudadas na atualidade. Embora o número de pesquisas a seu respeito tenha crescido exponencialmente, muitos aspectos relacionados à etiologia, fisiopatologia, genética e terapêutica ainda permanecem incertos. Estima-se que a prevalência é de aproximadamente 2% na população em geral, acometendo de 7,4% a 10% de mulheres entre 40 a 60 anos. Embora sintomas como dor difusa, fadiga, distúrbios do sono sejam clássicos, a FM abrange um amplo espectro de manifestações clínicas, inclusive doenças neuropsiquiátricas, como a depressão. A concomitância deste distúrbio de humor é presente em 26,8% a 70% dos pacientes fibromiálgicos. Nesse contexto, o objetivo do presente estudo é analisar a eficácia dos antidepressivos no tratamento da FM. Foram analisados os ensaios clínicos randomizados e controlados (RCTs) existentes, utilizando as variáveis NNT (number needed to treat) / NNH (number needed to harm), e tamanho de efeitopor meio do coeficiente d de Cohen. Os cálculos envolveram questionários e escalas já validados na avaliação da fibromialgia. Apenas três RCTs foram encontrados, envolvendo os seguintes fármacos: duloxetina (NNT = 7,9; d = 3,11); milnaciprano (NNT = 6,3; d =-5,87); moclobemida (NNT = 30,0; d =-0,15) e amitriptilina (NNT = 4,0; d =-0,05). A partir da análise destas variáveis dificilmente encontradas em artigos científicos, notou-se a necessidade de que mais RCTs sejam executados, e de que os pesquisadores demonstrem estes índices, a fim de que a utilização de tratamentos pouco eficazes e dispendiosos em pacientes acometidos por esta incômoda síndrome seja evitada. Palavras-chave: Fibromialgia. Antidepressivos. NNT. NNH.