partira em 1625, a fim de participar na Congregação de Procuradores Provinciais. Fazia a viagem em companhia do Padre Francisco Freire, natural de Estremoz, autor de uma Vida da Rainha Santa Isabel, escrita em latim. Ao chegar a Lião, caiu doente e faleceu. No dia seguinte, 4 de Junho, Francisco Freire escrevia uma carta para Portugal, a comunicar a doença e o falecimento de Francisco de Mendoça, carta que actualmente se encontra no Archivum Romanum Societatis Iesu 1. Neste mesmo arquivo, encontram-se dois pareceres do Padre João de Matos sobre as Práticas Espirituais e os Sermões do Padre Mendoça, e ainda mais dois pareceres do Padre Baltasar Álvares, nos quais se aprovam os Sermões, ao que parece, a merecerem alguma vigilância por parte da Inquisição 2. Os Sermões foram publicados em Lisboa em 1632 e em 1649, e, em tradução para espanhol, em 1636 e 1642 (Barcelona), e para italiano em 1637 (Veneza). Algumas décadas antes, tinha Francisco Mendoça apenas 22 anos, publicara o ensaio intitulado Metaphysicae assertiones, trabalho académico apresentado por altura da sua graduação em Artes, vindo a lume em 1595 na tipografia de António Barreira 3. Escreveu também um Comentário aos Livros
Neste artigo analisa-se a situação atual ‒ resultado do contacto multissecular entre o português e o espanhol ‒ de uma variedade linguística mista falada numa vila portuguesa do Alentejo: o barranquenho. O objetivo deste trabalho é propor uma revisão do estatuto e da tipologia até agora atribuídos a esta variedade – dialeto, fala fronteiriça ou raiana – que, em virtude das suas características, deveria ser tratada como uma língua de contacto, minoritária, ameaçada e em perigo de extinção. A metodologia utilizada consiste em compulsar várias fontes relativas ao barranquenho, assim como dados recolhidos em inquéritos realizados em Barrancos, de maneira a averiguar-se a perceção que, de fora da comunidade, se tem do barranquenho, mas também a consciência linguística da própria comunidade sobre a sua língua. Com este estudo pretende-se contribuir para o reconhecimento do barranquenho como língua lato sensu e mostrar a necessidade de uma política e planificação linguísticas que permita preservá-la das ameaças que sobre ela pairam.
Nas últimas décadas, tem vindo a ser compulsado o “corpus fundamental” das obras gramaticais. Apesar disso, não são poucos os textos relegados para uma “historiografia menor” da gramática portuguesa. A partir de um “estado da questão” sobre a gramática escolar no último quartel do século xix, neste artigo analisam-se duas “gramáticas populares” (1871, 1882) como textos metalinguísticos que apresentam características estruturais, conceptuais, terminológicas e discursivas sintonizadas com o objectivo de levar ao grande público um conhecimento acessível e atualizado.
Nas últimas décadas, tem vindo a ser compulsado o "corpus fundamental" das obras gramaticais (por ex. GONÇALVES, 1998). Apesar disso, não são poucos os textos relegados para uma "historiografia menor" da gramática portuguesa. É o que acontece com várias obras do subgénero "gramática escolar". Publicados em coleções como a Bibliotheca Popular (1871) ou a Bibliotheca do Povo e das Escholas (1882), alguns desses textos assumem o carácter de "gramática popular". A partir de um "estado da questão" sobre a gramática escolar no último quartel do século XIX, neste artigo analisam-se, em especial, as "gramáticas populares" como textos metalinguísticos que apresentam características estruturais, conceptuais, terminológicas e discursivas sintonizadas com o objetivo de levar ao grande público um conhecimento acessível e atualizado. Palavras-chave: gramática popular; gramática escolar; português; língua materna.
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