As quedas são eventos multifatoriais onde o uso de medicamentos é um importante fator de risco modificável. O objetivo deste estudo foi identificar o risco de queda relacionado ao uso de medicamentos em idosos na Atenção Primária à Saúde, por meio da escala Medication Fall Risk Score. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, por meio do parecer n° 4.211.316. Participaram do estudo 96 idosos com idade média de 69,27(±7,33) anos. No total, 231 medicamentos (49,4%) associados ao risco de queda foram identificados nas prescrições. Os mais frequentes foram diuréticos (n=51; 22,0%), antagonista de angiotensina II (n=58; 25,1%) e antidepressivos (n=28; 12,1%). Oitenta e seis idosos (91,6%) estavam em uso de pelo menos um medicamento associado ao risco de queda e 28 idosos (29,1%) foram classificados como alto risco de queda associado ao uso de medicamentos. Os resultados deste estudo sugerem a contribuição do farmacêutico clínico, integrado à equipe multiprofissional, na avaliação e manejo dos idosos com alto risco de queda associado ao uso de medicamentos, de forma a contribuir com melhores desfechos clínicos, econômicos e com a qualidade de vida da pessoa idosa.

A desprescrição de medicamentos é uma das estratégias de intervenção disponíveis para reduzir a polifarmácia e seus riscos  associados. O objetivo deste estudo foi realizar a triagem para polifarmácia e desprescrição de medicamentos em idosos nan Atenção Primária à Saúde (APS) de Campo Grande, MS. Tratou-se de um estudo transversal e quantitativo, cuja coleta de dados ocorreu no período de janeiro a outubro de 2022. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (parecer 4.211.316). Participaram do estudo 101 idosos com idade média de 69,5 (±7,52) anos. Do total, 48 (47,5%) estavam em polifarmácia e 55 (54,5%) estavam em uso de pelo menos um medicamento com algoritmo de desprescrição disponível. As classes com maiores oportunidades de desprescrição foram os Inibidores de Bomba de Prótons (76,9%) e os anti-hiperglicêmicos (70,7%). Os algoritmos de desprescrição utilizados neste estudo foram de fácil aplicação. Os resultados deste estudo sugerem que oportunidades de desprescrição podem estar sendo perdidas com idosos na APS.