O manejo empregado nas roças de agricultura autóctone, utilizando etnovariedades de mandioca (Manihot esculenta Crantz), apresenta papel de destaque na conservação in situ dos recursos genéticos. O presente trabalho teve por objetivo analisar a distribuição da variabilidade genética de 141 etnovariedades de mandioca coletadas em roças de diferentes regiões geográficas do Brasil, através de marcadores isoenzimáticos, revelados a partir de eletroforese em gel de amido. Foram avaliados 11 sistemas isoenzimáticos. Dos 15 locos polimórficos analisados a heterozigosidade média observada foi de 0,354. A estimativa coeficiente de diferenciação genética G ST apresentou valor médio de 8,80% da variabilidade genética entre as regiões. Na análise de agrupamento, observou-se a formação de 3 grupos distintos; o primeiro formado pelas roças originadas da Região Amazônica; o segundo constituído pelas roças do Estado de São Paulo; e o terceiro composto pelas roças originadas da Reserva Indígena do Xingu. A maior parte da variabilidade genética das etnovariedades de mandioca revelou-se concentrada dentro das regiões geográficas, confirmando as pressuposições existentes no modelo de dinâmica evolutiva para a espécie.
O conhecimento da biologia reprodutiva da mandioca é essencial para o desenvolvimento de programas de melhoramento genético e compreensão do processo de domesticação. Este trabalho avalia aspectos que influenciam a reprodução sexuada, tais como morfologia floral, ecologia da polinização, produção e viabilidade dos grãos de pólen, apomixia, produção e germinação de sementes de etnovariedades de mandioca coletadas em roças de caboclos e índios da Região Amazônica e do Estado de São Paulo. Os aspectos da biologia reprodutiva foram estudados a partir de avaliações de campo e coleta de botões florais e sementes. Os experimentos foram realizados em Piracicaba, SP. Constatou-se alteração na morfologia floral da etnovariedade DG-55, a qual possui flores hermafroditas, e DG-65 e variedade Mantiqueira, que apresentaram menor número de óvulos por ovário. A abelha (Apis mellifera) foi o principal polinizador da mandioca. Houve variação significativa no número e viabilidade de grãos de pólen, constatando-se que as anteras do verticilo superior da flor masculina apresentaram, significativamente, maior número de grãos de pólen. Não foi constatada apomixia. Foi detectado maior número de frutos com duas ou três sementes. No entanto, sementes originadas de fruto com semente única apresentaram maior porcentagem de germinação. As alterações morfológicas na estrutura floral influenciaram a produção e viabilidade das sementes. A variação constatada nos aspectos da biologia reprodutiva, provavelmente, ocorreu devido à pressão seletiva diferenciada a que as etnovariedades foram submetidas ao longo do processo de domesticação.
Banana as a domesticated plant has a long evolutionary history of cultivation and has become one of the most important fruit in a world widely market, devoted to its high nutritional characteristics. However, its biology and association with microbes are poorly understood. Then the objective of the present study was isolate the cultivable endophytic bacterial and fungal community associated to leaves of an organic banana plantation in the Brazilian Amazon state of Roraima. A total of 24 fungi and 27 bacteria isolates were selected. The taxonomical classification showed that the cultivable endophytic fungi community is affiliated to the following 11 genera: Aspergillus, Peniophora, Meyerozyma, Saccharicola, Hypocreales, Nigrospora, Byssochlamys, Periconia, Myrothecium, Acrocalymma and Peroneutypa. Regarding the bacterial isolates 13 genera were found: Serratia, Pantoea, Streptococcus, Neisseria, Bacillus, Arsenicicoccus, Sphingobacterium, Herbaspirillum, Lactococcus, Variovorax, Pseudorhodoferax, Stenotrophomonas and Brevibacterium. Comparing the endophytic microorganisms isolated in the present research with previous studies already published, some new genera and species were detected. This could be due to use of organic cultivated bananas without the utilization of fertilizers and other chemical products. This could provide the isolation of bacteria and fungi which are benefic to their hosts but not yet previous found in banana.
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