ResumoNos últimos anos, com a discussão em torno da chamada educação inclusiva, muitas questões vêm sendo levantadas em relação a esse grupo social, seja por parte das instituições educacionais, seja pela militância de surdos. Um grande desafio que se coloca é como assegurar à criança, jovem/ adolescente ou adulto surdo nos ensinos fundamental, médio e superior uma formação adequada, uma vez que o sistema educacional brasileiro apresenta sérios problemas no que se refere à qualificação dos professores. Ademais, há necessidade de revisão do modelo pedagógico ouvintista, bem como o pleno reconhecimento da LIBRAS. Assim, no Brasil, as políticas educacionais atuais ainda não asseguram plenamente aos surdos a LIBRAS como primeira língua e/ou materna, e a Língua Portuguesa, na forma escrita, como segunda língua. Desse modo, o artigo visa pôr em discussão como vem sendo a inserção dos Surdos no ensino superior brasileiro, a despeito da Lei n° 10.436/2002 e do Decreto n° 626/2005 que oficializam a LIBRAS como a língua oficial do surdo brasileiro, tomando por base a experiência da Escola Preparatória em LIBRAS para o Exame Nacional do Ensino Médio, que a autora deste artigo teve a oportunidade de implementar numa instituição pública do Estado de São Paulo e outra no Rio de Janeiro. A pesquisa ora apresentada teve por base uma abordagem qualitativa das três edições da Escola Preparatória em Libras, a saber: 2013, 2014 e 2015. Como procedimento metodológico foi adotada a pesquisa-ação, que se deu ao longo de todas as edições, e posterior análise comparativa entre as mesmas. Vale ressaltar que, para além das questões tanto linguísticas como cognitivas que se colocam, há também os aspectos culturais e identitários da(s) comunidade(s) de Surdos que precisam ser considerados. Esses foram fatores também considerados nessa experiência pioneira.Palavras-chave: Bilinguismo. Ensino Superior. LIBRAS. Surdos.
Vivemos em um contexto histórico marcado por mudanças sociais e educacionais. Nesse novo cenário social, é cada vez mais necessário trabalhar as questões que dizem respeito à inclusão de grupos marginalizados. Os surdos vêm se organizando há anos por meio de associações e instituições com diferentes finalidades. A diversificação na forma em que os grupos de surdos se organizaram vem ganhando novas dimensões nos últimos anos e, atualmente, os museus e outros espaços culturais são locais que vêm sendo reivindicados por essa comunidade. Cada vez mais aumenta o número de educadores surdos em museus e visitas mediadas em língua de sinais. Com isso, novas estratégias são pensadas para uma efetiva mediação para o público surdo e, principalmente, para viabilizar a participação efetiva de crianças surdas em espaços culturais, de forma a apresentar a importância da inserção da educação artística nos ensinos fundamental e médio para crianças/adolescentes surdos. Contudo, a pandemia de COVID-19 representou um impacto nesses desenvolvimentos pelo fechamento dos museus e de outros espaços culturais no período de isolamento social. Este artigo se propõe a investigar como a pandemia gerou mudanças na dinâmica dos espaços culturais, especialmente no caso do Brasil, e como essas novas ações virtuais mobilizaram os educadores surdos de museus.
Atualmente cerca de 152 milhões de brasileiros usam a internet, sendo considerado o quinto país mais conectado à rede no mundo. Nesse mundo virtual, os surdos vêm se tornando um grupo cada vez mais usuário dessa ferramenta comunicacional. Aqueles que dominam somente a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio de comunicação – grande maioria – contam suas histórias e relatam suas visões de mundo a partir de uma modalidade linguística gesto- -visual, cuja principal forma de apreensão é a produção do texto imagético. Em geral, as línguas de sinais de cada país ainda são ágrafas, ou seja, não possuem uma forma de grafia consagrada, em parte por conta de sua tridimensionalidade. Desse modo, as redes sociais possibilitaram aos surdos o uso da língua de sinais não só na comunicação com seus pares, mas também na difusão do próprio movimento social em meio às pessoas não surdas. Assim, o presente artigo pretende traçar um debate entre o estudo das tecnologias digitais e o recente uso das redes sociais pelos artistas surdos na visibilidade do movimento social desse grupo através de suas produções artísticas. Para tal, utilizaremos o conceito do “espaço surdo” (deafspace) em diálogo com o ciberespaço e as possibilidades de se produzir ciberativismo.
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