O presente trabalho pretende apresentar uma sugestão de sequência didática (SD), na qual são abordadas atividades em torno do gênero discursivo tirinhas, com o intuito de preparar os alunos participantes da pesquisa à elaboração de uma atividade tradutória de algumas tiras da Mafalda. Inspirada pelos pressupostos teóricos de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), a SD está composta por sete etapas, aplicadas aos alunos de graduação de um Curso de Letras – Português e Espanhol de uma universidade federal, em 2015.1. O marco teórico que dá suporte à SD está ancorado nos preceitos funcionalistas de tradução, elucidados por Nord (2010), nos quais elementos como o destinatário, o contexto sociocultural e o gênero discursivo envolvido são importantes para que o tradutor/aluno seja capaz de otimizar seu processo tradutório e elaborar uma tradução funcionalista. Com esta proposta de trabalho, o escopo se volta ao uso da tradução pedagógica em sala de aula, isto é, ao uso de atividades tradutórias com o objetivo de auxiliar o desenvolvimento das habilidades que compõem o aprendizado de uma língua estrangeira. Ao longo da SD, os estudantes partícipes relataram que puderam revisitar e ampliar seus conceitos de tradução, uma vez que estavam influenciados pelo Método Gramática e Tradução.
Ao se deparar com um desafio tradutório, o(a) tradutor(a) deveria considerar que está diante de dois contextos, linguístico e cultural, distintos e que essas diferenças podem implicar desafios tradutórios que exijam que opte entre adequar os elementos culturais à língua de chegada ou priorizar a letra/estrutura da língua de partida. Nesse contexto, os gêneros textuais/discursivos estão imbuídos de elementos culturais, já que são frutos de um acordo social e, portanto, devem satisfazer a comunicação daquela sociedade em que circulam. Ainda, as expressões idiomáticas (EIs) também exemplificam como língua e cultura são indissociáveis, pois se constroem a partir de elementos culturais e nem sempre permitem uma tradução ao pé da letra, pois desta forma o sentido pode ser outro. A fim de investigar a tradução das EIs, este artigo objetiva verificar como os elementos culturais presentes em EIs encontradas nas tirinhas da obra do cartunista argentino Quino, Toda Mafalda (2013), foram traduzidos ao português. Como aporte teórico, temos as discussões de Marcuschi (2010), Bakhtin (2010), Ramos (2007), Costa-Hübes (2011) e Mendonça (2010) para então, a partir do recorte de 5 tirinhas e suas traduções para o português, discutir os elementos encontrados a luz da teoria de Nord (2010). Os resultados encontrados apontam que, quando alia-se língua a elementos culturais, a tradução se torna uma ferramenta determinante para ser abordada em sala de aula, explorando-a como uma prática pedagógica e de auxílio ao ensino de línguas estrangeiras.
O meme virtual é um gênero textual/discursivo carregado de elementos verbais, não verbais e culturais. Nascido através da popularização das redes sociais, ele possui conteúdos humorísticos, sarcásticos e reflexivos. Nesse contexto, esse artigo objetiva apresentar um corpus comparativo do gênero meme virtual, bem como refletir e discutir sobre aspectos tradutórios do texto, observando o par português<>espanhol. Os memes utilizados na análise foram encontrados em páginas de redes sociais, em português e espanhol e na análise discutem-se aspectos linguísticos e sua relação direta com os aspectos culturais, assim compreende-se que esses elementos são indissociáveis no processo de tradução. Os pressupostos teóricos deste estudo pautam-se em Marcuschi (2008) e Bakthin (2011), que auxiliam diretamente na discussão sobre os gêneros; Dawkins (2007 [1976]), Souza (2013) e Silva (2016) tratam especificamente sobre o gênero meme. Nord (1994, 2010a e 2010b) elucida a tradução funcionalista, ótica sob a qual são feitas as discussões dos memes ilustrados no trabalho. Com as discussões propostas, percebe-se que a língua é um construto complexo, formado por elementos que superam o campo estritamente linguístico. Isto se torna ainda mais evidente em um processo tradutório, já que há muitas figuras envolvidas e que precisam ser respeitadas, sob a ótica da vertente funcionalista. Nesse sentido, o gênero meme possibilita tal discussão, pois é um gênero que clama por compartilhamento cultural para que atinja um propósito humorístico: neste caso o entrelace entre cultura e língua é feito a partir de um processo comparativo do gênero e das línguas portuguesa e espanhola.
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