RESUMOApresento, neste ensaio, uma reflexão sobre a categoria identidade como um recurso heurístico para análise da natureza da profissão e sua particularidade histórica. Destaco a importância da análise de conjuntura como um caminho crítico para o desvendamento das tramas da realidade, na qual a profissão se concretiza. Finalizo apresentando a pergunta pela identidade como matriz de análise, capaz de subsidiar a leitura crítica da realidade e os processos de construção de identidades sintonizadas com as demandas contemporâneas. INTRODUÇÃO A categoria identidade: uma primeira aproximação conceitualA categoria identidade é um recurso heurístico, um ancoradouro para refletir-se sobre a natureza das profissões e sua particularidade histórica.Sob o ponto de vista dialético, a identidade é uma categoria sócio histórica que pulsa com o tempo e com o movimento, a partir de determinações políticas, sociais, econômicas, históricas, culturais. Como categoria ético-política, cujo corolário natural é 1 Doutora em Serviço Social, docente, pesquisadora e coordenadora do
Considerando os desafios que se colocam cotidianamente para o assistente social que atua na área da saúde, especialmente em contextos hospitalares, no atendimento direto aos usuários, trato neste artigo das dimensões éticas que estão presentes em seu trabalho e que são constitutivas da identidade da profissão, expressando-se em diferentes níveis desde a ética dos cuidados até a ética militante e de proteção social. Finalizo indicando a importância da pesquisa para qualificar o conhecimento e a própria intervenção profissional.
E ste número da Revista Serviço Social & Sociedade vem a público em um momento especialmente importante para tratarmos de questões relativas à proteção social e à intersetorialidade. Torna-se um imperativo ético dar visibilidade à nova morfologia do capitalismo, que em seu estágio financeiro avançado cria novas modalidades e dominação que repercutem em todas as esferas da vida, com fortes expressões até mesmo em nossa subjetividade.Na interpretação de Pierre Dardot e Christian Laval, da Universidade Paris-Ouest-Nanterre-La Défense, grandes estudiosos dessa temática, estamos diante de uma nova racionalidade onde predomina a razão neoliberal (2016, p. 189). Essa é a nova razão do mundo, a razão do capitalismo contemporâneo que se faz acompanhar de uma noção de liberdade neoliberal, extraída da concorrência mercantil, que penetra em todas as tramas do tecido social. O Estado, na visão dos autores, torna--se um ente horizontal, em situação de competição com todos os outros agentes econômicos privados, desobrigando-se da oferta de políticas públicas efetivamente universais (2016, p. 197-201).
RESUMOO objetivo deste ensaio é trazer para a reflexão algumas questões relativas aos desafios contemporâneos que se colocam para o Serviço Social no que se refere à consolidação dos direitos sociais consagrados pela Constituição Federal de 1988 e referendados pelo projeto ético-político da profissão. Tomando por referência analítica a categoria identidade, examino os desafios que se colocam para o exercício profissional e finalizo com algumas proposições, tendo em vista a consolidação do referido projeto. PALAVRAS-CHAVE: Serviço Social, Identidade, Direitos Sociais, ExercícioProfissional. INTRODUÇÃOO meu olhar é nítido como um girassol [...] sinto-me nascido a cada momento Para a eterna novidade do mundo. Fernando PessoaTodos nós, que nos dedicamos ao Serviço Social como área de conhecimento e de intervenção profissional, temos questões que nos mobilizam e nos convocam para a reflexão, constituindo-se em solo fecundo para nossas ações profissionais.Para uma profissão que tem nas manifestações da questão social o seu próprio campo de ação, são muitas, evidentemente, as requisições que cotidianamente se 2 colocam para os profissionais, tanto na sua área específica de trabalho quanto no contexto social mais amplo.Cada um de nós deve ser um atento leitor do cotidiano, deve ter um olhar nítido como um girassol para poder desvendar a conjuntura, as forças sociais aí presentes, pois para quem fez uma opção pelo social esse deciframento é indispensável. Somos profissionais que trabalhamos entre estrutura, conjuntura e cotidiano, porém é no cotidiano que se movem as nossas ações profissionais, que o nosso trabalho profissional se realiza. Assim, é a partir desse cotidiano fugaz, imediato, heterogêneo, como o define Agnes Heller (1972), que vamos nos construindo e reconstruindo enquanto trabalhadores sociais 2 . Independentemente do nosso campo de ação, até por dever de ofício, temos de acompanhar o movimento histórico da sociedade e da profissão nesse contexto. A nenhum de nós, assistentes sociais, devem ser estranhas as questões que se relacionam à condição humana, à vida das pessoas em sociedade, à cultura dos sujeitos, aos seus modos de viver, de lutar, de resistir, de desfrutar do lazer e, especialmente, de reivindicar direitos. Da mesma forma, o que se passa no campo da economia, do direito, dos direitos sociais, do trabalho deve ser leitura cotidiana para cada um de nós, pois são importantes referenciais. 2 Para desenvolvimento e ampliação dessa reflexão, importante consultar a obra de Heller, especialmente O cotidiano e a história (1972), pois trata-se de um clássico no que se refere à Teoria da Vida Cotidiana. Nessa obra, a filósofa húngara, nascida em Budapeste, em 1929, discípula de G. Lukács, avalia de modo rigoroso a categoria cotidiano, nível em que a reprodução social se realiza na reprodução do indivíduo enquanto tal.Podemos não atuar no campo específico da Assistência Social, mas todos estamos referidos ao contexto mais amplo das políticas públicas, o que significa dizer que não podemos estar alheios ao ...
Os desafios do atual contexto: um diálogo a partir da seguridade The current context's challenges: a dialogue starting from the Social Security Mariangela Belfiore Wanderley a
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