INTRODUÇÃO O feocromocitoma apresenta incidência de 1:200.000 indivíduos e caracteriza-se clinicamente por aumento intermitente da pressão arterial, episódios de sudorese, cefaléia e palpitações, associados a aumento de catecolaminas sanguíneas e urinárias. A ressecção cirúrgica representa um tratamento curativo, porém traumático, além de apresentar risco relativamente alto e custo elevado. Portanto, alternativas inovadoras e menos invasivas de tratamento têm sido propostas, como a injeção percutânea de etanol guiada por tomografia computadorizada. RELATO DO CASOPaciente de 57 anos, hipertensa e diabética, apresentando lesão adrenal unilateral (esquerda) medindo 8 cm de diâmetro, com diagnóstico estabelecido de feocromocitoma hiperfuncionante. A paciente realizou preparo pré-anestésico com prazosin por duas semanas e recebeu midazolam (7,5 mg) intramuscular como medicação pré-anestésica. Após venóclise em membro superior direito com cateter 14 G, foi submetida à anestesia geral com propofol, fentanil e atracúrio, e manutenção com sevoflurano. A monitorização foi realizada com cardioscópio, oximetria de pulso e pressão arterial média (PAM) invasiva contínua com cateter 20 G em artéria radial esquerda. O procedimento evoluiu sem intercorrências. Durante a injeção de etanol, a paciente evoluiu com aumento súbito da PAM até 130 mmHg e taquicardia (140 bpm) com controle imediato após infusão de nitroprussiato de sódio (NPS) até a dose de 10 µg/kg/min. Após o procedimento, permaneceu estável hemodinamicamente, com NPS 0,5 µg/kg/min, sendo extubada sem intercorrências e encaminhada à UTI pós-operatória, onde permaneceu em observação por 24 horas. DISCUSSÃO A injeção de etanol para tratamento de feocromocitoma é um procedimento novo, realizado pela primeira vez no Brasil. Apenas um artigo na literatura relata uma série de 41 casos com boa evolução, mas não discute a monitorização e os cuidados anestésicos. ConclusãoConcluímos que a monitorização invasiva da pressão arterial é fundamental para bom controle pressórico durante a injeção de etanol. Maior experiência com esse procedimento ainda é necessária para determinar seu perfil de segurança.
INTRODUÇÃOPneumonectomia direita em pediatria é procedimento pouco descrito na literatura, sem discussão ou consenso a respeito da técnica anestésica mais apropriada para esses casos. RELATO DO CASOPaciente de 4 anos para realização de pneumonectomia direita devido a um criptococoma pulmonar não responsivo a tratamento clínico. A paciente recebeu midazolam 7,5 mg, via oral como medicação pré-anestésica. Após venóc1ise em membro superior direito (cateter 24 G), foi submetida à anestesia geral com propofol, sufentanil e rocurônio. Manutenção com sevoflurano. Foi realizada peridural torácica (T8-9) com passagem de cateter sem intercorrências e infusão contínua de ropivacaína 0,2% 1 ml/h. A monitorização foi composta por eletrocardioscópio, oximetria de pulso e pressão arterial média invasiva (cateter 22 G) em artéria radial esquerda, pressão venosa central em veia subclávia direita com cateter duplo lúmen pediátrico. Outros dois acessos venosos foram obtidos (cateter 18 G) em ambas as veias safenas. Realizada intubação orotraqueal com tubo 5,0 e tentativa, sem sucesso, de passagem do bloqueador brônquico pediátrico guiado por fibrobroncoscopia. Intubação seletiva de brônquio-fonte esquerdo guiado por fibrobroncoscopia e posicionamento em decúbito lateral esquerdo. Após toracotomia e manipulação da árvore traqueobrôn-quica, a paciente evoluiu com impossibilidade de ventilação devido à migração do tudo endotraqueal (TET) e bronco-espasmo grave, apresentando hipóxia e bradicardia, prontamente revertidas após reposicionamento do TET e administração de salbutamol spray. O restante do procedimento evoluiu com dificuldades ventilatórias, necessitando de altas pressões de via aérea para manter oxigenação adequada. Após o procedimento, a paciente foi transferida para a UTl e apresentou boa evolução pós-operatória. CONCLUSÃOPneumonectomia direita em pediatria é um procedimento raro, considerado tecnicamente difícil e poucos casos estão descritos na literatura. Podemos concluir que o bloqueador brônquico é importante para a proteção do pulmão sadio de secreções provenientes do pulmão acometido, porém ainda é necessário mais treinamento para a utilização em pediatria. Monitorização invasiva, acessos venosos calibrosos e cuidados pós-operatórios para prevenção de síndrome pós-pneumonectomia também são fundamentais.
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