Sobre a analgesia pós-operatória da morfi na, cetamina ou da associação em cadelas submetidas... Ciência Rural, v.43, n.7, jul, 2013.
1271Sobre a analgesia pós-operatória da morfi na, cetamina ou da associação em cadelas submetidas à ovariossalpingohisterectomia eletiva
A anestesia intra-articular na medicina veterinária é uma prática recente e usada para alívio da dor em cirurgias artroscópicas, entretanto uso para o diagnóstico de claudicação na clínica médica de cães é infrequente. A técnica pode ser realizada em qualquer articulação como forma de localizar a fonte da claudicação. Nesta pesquisa foram avaliados 20 animais, os quais foram identificados claudicando por dois avaliadores veterinários, visualmente e por meio de filmagem (normal e “slow motion”), antes e após a administração intra-articular de ropivacaína 0,5% na dose de 0,5mg/kg. Com 48 h, sete e 30 dias após a administração não foram verificados a ocorrência de agravamento da claudicação assim como efeitos sistêmicos indesejáveis. Os resultados permitem sugerir que a anestesia intra-articular oferece a possibilidade de determinar que o problema é situado numa única articulação, assim como além de haver uma articulação afetada outras articulações ou estruturas não passíveis de anestesia intra-articular podem estar afetadas. Em 10 animais (50%), o diagnóstico final correspondeu ao da pré-anestesia intra-articular, em cinco confirmou-se a suspeita inicial, mas foi identificada outra afecção concomitante e em três casos houve mudança de diagnóstico. Conclui-se que a ropivacaína quando administrada em cães pela via intra-articular nessa dosagem não tem efeitos deletérios e funciona como método de diagnóstico seguro e eficiente para localizar a fonte da claudicação nesses pacientes.
Já é reconhecido que os bloqueios nervosos com anestésicos locais são capazes de aliviar a sensação dolorosa severa, possibilitando ainda no trans-operatório uma anestesia geral mais superficial, com menores transtornos cardiovasculares e respiratórios, diminuindo assim os riscos anestésicos. O bloqueio epidural toracolombar, por ser um tipo de anestesia regional, pode cumprir estes requisitos ante à dor gerada por cirurgias espinais toracolombares, comum em cães com doença do disco intervertebral (DDIV). Este trabalho experimental utilizando cadáveres, teve como objetivo verificar o volume necessário de anestésico local para viabilizar a realização de bloqueio espinal toracolombar de T13 até L3 em cães com peso entre 20 e 40 kg, que necessitassem de neurocirurgias descompressivas por DDIV. Foram utilizados 10 cadáveres de cães com este intervalo de peso, sem histórico de afecção espinal, onde se mediu o comprimento em centímetros, da coluna vertebral T13-L3. Foi colocado um cateter no espaço epidural pelo forame vertebral de L5, L6 ou L7 até à vértebra L3 e realizada secção vertebral entre T12- T13 para visualização do forame vertebral de T13 e verificação do volume de solução de corante Giemsa necessário para que o mesmo chegasse nesse local, quando injetado pelo cateter com sua ponta situada exatamente caudal à L3. Posteriormente foi injetada a solução diluída de contraste de bário e se verificou (pela extensão do contraste na radiografia) que o volume determinado com o corante Giemsa foi suficiente para o preenchimento epidural da junção toracolombar a ser submetida à descompressão medular, caso o animal tivesse uma protrusão discal. Com esses resultados foram calculadas médias e desvio padrão do volume por cm de coluna vertebral entre T13 e L3. O volume de solução de anestésico que deveria se aplicar por cm de coluna vertebral entre T13 e L3 oscilaria entre 0,059 e 0,109ml, com média e desvio padrão de 0,084±0,01683ml.
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