Introdução: Glioblastoma Multiforme (GBM) é o tumor cerebral mais frequente em adultos e possui uma alta taxa de mortalidade. A média de sobrevida dos pacientes com esse tipo de câncer é de 12 meses. Além disso, ele costuma apresentar resistência aos tratamentos convencionais. Desse modo, estão sendo investigados tratamentos auxiliares para o GBM, incluindo o uso de cepas modificadas de vírus, dentre os quais estão o Vírus da Zika (ZIKV) e o Vírus do Sarampo (MV). Objetivos: Analisar duas terapias oncolíticas virais auxiliares no combate ao GBM. Métodos: Foi feita uma revisão sistemática sem metanálise, cujos artigos foram buscados nas bases de dados eletrônicas PubMed e SciELO. Os critérios de inclusão foram: artigos com o idioma em inglês e português, publicados entre 2013 e 2018, cujos estudos fossem do tipo ensaio clínico, com não humanos sendo a população em estudo. Foram encontrados 21 artigos, porém apenas 5 foram selecionados, pois cumpriam os critérios de inclusão. O protocolo utilizado foi o PRISMA. Resultados: Com a análise dos estudos, podemos observar que o GBM possui células iniciadoras de tumor (GSCs), que aumentam a malignidade tumoral e a resistência terapêutica, e em decorrência disso e por ter alta chance de recorrência, várias terapias estão sendo testadas para auxiliar no tratamento do GBM, incluindo a terapia oncolítica viral. Os mecanismos dessas terapias ainda não são bem conhecidos, mas observou-se que o ZIKV atuou induzindo a síntese de digoxina nas células tumorais, a qual inibe a bomba sódio-potássio e ativa a Caspase-3, que gera apoptose, liberando espécies reativas de oxigênio e ocasionando a morte celular, de forma a alterar a tradução do DNA, afetando a síntese proteica. Já o vírus do sarampo atuou produzindo um efeito citotóxico sobre as células do GBM, gerando uma inibição do crescimento do tumor. A partir da análise dos estudos, constatamos que os benefícios dessas terapias são o fato de possuírem seletividade pelas células tumorais e de aumentarem a sobrevida. Conclusão: Apesar de terem sido analisados vírus modificados de diferentes cepas, concluimos que mais estudos precisam ser realizados com o intuito de conhecer melhor os efeitos do uso desse tipo de terapia, podendo até ser estudada a combinação do ZIKV com o MV, pois percebemos que ambos os vírus atuam interferindo nas GSCs, porém em receptores diferentes. Isso somado à quimioterapia e à ressecção cirúrgia pode ter um efeito mais eficiente no combate ao GBM.
Introdução: O carcinoma hepatocelular (CHC) ou hepatocarcinoma representa cerca de 85% dos cânceres primários do fígado, sendo reconhecido por sua agressividade e elevadas taxas de mortalidade a partir do princípio dos sintomas. Estima-se uma sobrevida média inferior a um mês após o início das manifestações, caso não seja estabelecido um projeto terapêutico. Com base na baixa eficácia e restrição dos tratamentos disponíveis, novos estudos indicam que o desenvolvimento do CHC pode ser modulado pela microbiota intestinal, propondo uma nova perspectiva terapêutica a partir do uso de probióticos. Objetivo: Analisar a influência da microbiota e o uso de probióticos na hepatocarcinogênese. Método: Efetuou-se uma revisão sistemática sem metanálise a partir das bases de dados Scielo e PubMed com itens publicados no período de 2006 a 2015, em língua inglesa. Foram encontrados 16 artigos, dos quais apenas 3 foram escolhidos por seguirem os critérios definidos acima. Resultados: O eixo intestinofígado propicia vulnerabilidade hepática aos efeitos de altas concentrações de produtos tóxicos no sistema portal. Um estudo em modelo animal demonstrou que variações da microbiota enteral induz um aumento da produção de ácido desoxicólico (DCA) pelas bactérias patogênicas. Este metabólico é reconhecido pelas anomalias causadas ao DNA das células perissinusoidais do fígado, predispondo à liberação de produtos inflamatórios e progressão de tumores. Outro estudo para avaliar o uso de probióticos na redução da excreção urinária de aflatoxina-B1, elemento discernido como hepatocarcinogênico humano, evidenciou alterações significativas. Destaca-se a diminuição das taxas dessa toxina em 36% na semana 3 e 55% na semana 5 de tratamento (p=0,005) no grupo que fez uso de probióticos à base de Lactobacillus e Propionibacterium em detrimento do grupo placebo, constatando a possibilidade de bloqueio da absorção de aflatoxina a partir da administração de probióticos. Realizou-se uma pesquisa em pacientes submetidos à ressecção hepática para mensurar os efeitos pós-operatórios do uso de probióticos. O grupo em terapia probiótica apresentou apenas 3% de infecções pós-cirúrgicas versus 48% do grupo que recebeu somente fibras. Conclusão: As evidências apresentadas demonstram a influência da microbiota intestinal na hepatocarcinogênese, tornando a abordagem probiótica instrumento de prevenção ao desenvolvimento de CHC e infecções pósoperatórias em pacientes que realizaram ressecção hepática.
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