Podemos reconhecer na atualidade a circulação de um discurso que quer denunciar novos impasses na educação: as referências mais comuns são a queda da autoridade simbólica do professor e a redefinição dos lugares educador-aluno (operando neste último uma identificação aos direitos de consumidor ou usuário). A análise apresentada aqui, que não se preocupa em estabelecer o caráter de verdade ou falsidade dos enunciados desse discurso, mas sim com o de suas conseqüências, propõe que ele seja entendido como uma “queixa” ou “demanda” (utilizando-se a noção lacaniana do termo). Como toda demanda, ele desconhece a falta que a produz. O texto propõe analisar esta falta/impossível que habita a prática educativa, tomando primeiramente a concepção freudiana de educação e, em segundo lugar, a positividade lógica desses termos no ensino de Lacan.
A minha mãe, que me transmitiu o amor d'alíngua da criança e que de tantas maneiras me ajudou a realizar esse trabalho.A Fausta por sua participação ativa, como orientadora, num primeiro momento do trabalho, c também por sua leitura, na qualificação, que, junto com a de Osmyr Gabbi Júnior, ajudou a esclarecer o lugar que a psicanálise tem aqui.A Marion, pela tradução do sintoma de Dora do alemão, e Teima, pelo trabalho de revisão do texto. As duas participaram do esforço de bem-dizer d'alíngua da criança.Ao João um agradecimento especial pela editoração do texto final.Finalmente, a Mauro Mendes Dias e Eni Orlandi, certa de que sem suas presenças esse trabalho-não teria sido possíveL deixa cair, por essa decisão, a necessidade de contar os elementos lin.[:,>ilisticos enquanto unidades em si mesmas (objetos idênticos a si mesmos), pôde•se formular no plano &" teoria um conceito capaz de nomear a relação intrínseca entre a fala da criança e o lugar dessa fala na estrutura do diálogo. Esse conceito foi o conceito de processo dialógico.Lembraremos aqui um trecho do texto .. Aquisição de Linguagem e seu Dilema (Pecado) Original" (1982), em que C. Lemo> aponta a "dependência dialógica" entre o enunciado da criança e o enunciado anterior do adulto, definindo a seguir os processos díalógicos que explicitariam a ordenação ("sjntaxe dialógica") mesma dessa dependência."(8) Adulto: Que dê a Gisela?Criança: Num é.J.. Adulto: Foi embora? Criança: bóa .j. Adulto: E a tia Keiko? Criança: Ná ,f bóa + Adulto: E a Carla? Criança: laiá bóa .j. ( ~ laiá (foi) embora) (L. I; 9.21) Nesse dialógo estão representados dois dos processos que, a meu ver, dão conta não só das relações entre os enunciados da criança e o enunciado do seu interlocutor adulto, como das relações entre elementos lingüísticos combinados em um único enunciado ou turno dialógico.São eles:-~ o processo de espccularidade ou de incorporação pela criança de parte ou de todo o enunciado adulto no nível SC!,'lllCntal (cf. scf,>undo turno do adulto; "Foi embora?" com o segundo turno da criança, ''bóa");-o processo de complementaridade interturnos em que a resposta da criança preenche um lugar "semântico", "'sintático" e "pragmático" instaurado pelo enunciado imediatamente precedente do adulto (cf. o terceiro turno do adulto e o terceiro turno da criança no' exe'inplo acima);-o processo de complementaridade intraturnos em que o enunciado da criança resulta da incorporação de parte do enunciado adulto imediatamente precedente ("Iaià" = '"Carla") e de sua combinação com um vocabulário complementar ("bóa" = "'embora") (cf quarto turno do adulto e quarto turno d ~ criança no exemplo acima)." (op. cit., pag.
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