Resumo Este artigo se propõe a discutir as experiências subjetivas dos homens relativas ao estabelecimento do vínculo pai-bebê. Realizou-se uma pesquisa qualitativa, na qual foram entrevistados oito homens que se tornaram pais recentemente, com idades entre 24 e 36 anos, pertencentes à classe média carioca. Da análise das entrevistas emergiram oito categorias temáticas: mãe é mãe; ser “pãe”; demandas contraditórias: patriarca e cuidador; o homem grávido; ultrassonografia como ritual de passagem; o nascimento do pai; a construção de um vínculo; e dos indivíduos à família. Neste trabalho, serão discutidas as três últimas categorias, por estarem diretamente relacionadas com o objetivo deste artigo. Constatou-se que os pais estão afirmando, cada vez mais, seu desejo de participação na gestação e no parto de seus filhos e que as trocas diárias entre pai e filho, desde o nascimento, facilitam a construção do vínculo pai-bebê.
Resumo O presente trabalho é parte de pesquisa mais ampla sobre experiências de pais e mães acerca do parto, a partir de um estudo de caso coletivo no qual foram analisados 30 relatos de parto, publicados em blogs pessoais sobre experiências de gestação, parto e parentalidade, dos quais 15 foram escritos por mulheres e 15, por homens. O objetivo deste estudo foi investigar a experiência denominada violência obstétrica no relato de mães. Assim, nele foram analisados os relatos de cinco mulheres, as únicas que fizeram referência a tal fenômeno. Os resultados apontaram para a falta de suporte do ambiente como um fator constitutivo da experiência de violência obstétrica, e para a escrita dos relatos como recurso de elaboração dessa experiência traumática. Concluímos que procedimentos médicos como a episiotomia, a anestesia e a cesariana, quando realizados de forma rotineira, sem compartilhamento de decisões e sem amparo psíquico, constituem formas de ritualização para manter inconsciente a representação sexual do parto. Tais formas de ritualização conduzem à iatrogenia no parto, causando prejuízos psíquicos à saúde materno-infantil.
ResumoO presente artigo é parte de uma pesquisa mais ampla sobre as experiências subjetivas na transição para a paternidade. Foram entrevistados 8 pais, que falaram sobre os sentimentos vivenciados ao longo dos primeiros meses de vida do filho. O objetivo deste estudo foi investigar os ideais de paternidade presentes no discurso dos pais. Os resultados apontaram para a intensificação do desejo masculino de participação na vida afetiva dos filhos. Ao mesmo tempo, a crença no amor incondicional e no "instinto materno" também apareceu no discurso dos sujeitos, sugerindo a coexistência de valores paradoxais relacionados à paternidade. Conclui-se ser de extrema importância a legitimação do cuidado como intrínseco às interações humanas, sem distinção de gênero. Uma vez que os homens se sintam acolhidos em suas dores e angústias na transição para a paternidade, é provável que consigam afirmar seu desejo de maior participação nos cuidados infantis e de maior envolvimento emocional com seus filhos. AbstractThis paper is part of a broader research project on subjective experiences during the transition to paternity. Eight fathers were interviewed and they * Doutoranda pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. shared feelings experienced throughout the first months of their children's lives.The aim of the present study was to investigate paternity standards within the discourses of these fathers. The results demonstrate the intense male desire to be an affectionate part of their children's lives. The belief in unconditional love and in "maternal instinct" also appeared in the discourses, indicating the coexistence of paradoxical values related to paternity. The conclusion highlights the importance of legitimatizing care as inherent to human relations, without gender distinctions. Once men feel that their pain and anguish is understood during the transition to fatherhood, it is more likely that they can then affirm their wish to take part more intensively in childcare and to have deeper emotional bonds with their children.
Realizamos ampla pesquisa com o objetivo de investigar as experiências subjetivas na transição para a paternidade. Foram entrevistados oito pais e as entrevistas foram analisadas pelo método de análise de conteúdo. Das narrativas emergiram oito categorias temáticas: mãe é mãe; ser “pãe”; demandas contraditórias: patriarca e cuidador; o homem grávido; ultrassonografia como ritual de passagem; o nascimento do pai; a construção de um vínculo; e dos indivíduos à família. Para apresentação e discussão neste trabalho, cujo objetivo específico é estudar as experiências subjetivas dos homens durante a gestação de suas parceiras, destacamos as categorias o homem grávido e ultrassonografia como ritual de passagem. Os resultados apontam para a intensificação do envolvimento dos pais durante a gestação ao mesmo tempo em que tal participação parece esbarrar nos limites do corpo, não sendo possível para os homens elaborar as mudanças decorrentes da transição para a paternidade por meio de ritualizações corporais. No entanto, a ultrassonografia apareceu como uma ferramenta importante para a construção da imagem mental do bebê, constituindo-se como possibilidade de elaboração das mudanças que ocorrem no psiquismo dos pais.
The objective of this study was to investigate the role of online exchanges and the support of generational peers in childbirth. Researchers conducted a qualitative study by way of a collective case study (Stake, 2016), in which researchers analyzed 30 childbirth accounts published on personal blogs about pregnancy, childbirth, and parenthood experiences, 15 of which were written by women and 15 by men. The results pointed to a scenario of misinformation about childbirth in Brazil and the power of online sharing among generational peers in terms of a support network during the transition to parenthood and the mobilization of civil society to change the childbirth assistance situation in Brazil. Share childbirth experiences is a powerful resource of psychological support for those who are about to give birth. Researchers highlight the importance of the appropriate health agencies promoting encounters at health centers that foster sharing between pregnant persons. Researchers emphasize that there were changes in support networks during the transition to parenthood, currently leading to a search for identity references predominantly in generational peers.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.