O consumo de alimentos de origem vegetal é incentivado por profissionais de saúde e agências governamentais, devido as suas propriedades nutricionais e funcionais, como elevado teor de fibras, vitaminas e minerais. Entretanto, surtos alimentares resultantes do consumo de vegetais crus, como hortaliças e brotos, têm sido registrados em todo o mundo. A demanda dos consumidores por alimentos seguros e por meios de produção sustentáveis tem ampliado o espaço da produção orgânica no mercado global. Embora o sistema de produção orgânica seja mais sustentável e os alimentos orgânicos sejam considerados mais saudáveis, quando comparados aos produzidos pela agricultura convencional, eles não são necessariamente mais seguros do ponto de vista microbiológico. Tendo em vista as práticas relacionadas à agricultura orgânica, principalmente o uso de fertilizantes a base de esterco compostado em substituição aos fertilizantes sintéticos, o risco de contaminação microbiológica de hortaliças, durante a sua produção, o controle microbiológico das hortaliças orgânicas é essencial a fim de se garantir a sua qualidade e evitar surtos de DTAs (Doenças Transmitidas por Alimentos). Apesar dos vírus serem os seus agentes mais comuns, as bactérias representam os casos mais graves, podendo levar a hospitalizações e mortes. Dentre os grupos bacterianos mais frequentemente associadoas a DTAs pode-se destacar duas espécies bacterianas pertencentes à família Enterobacteriacea, Escherichia coli e Salmonella spp., além de Staphylococcus e Listeria monocytogenes.
Apesar da carne bovina ter sido um dos alimentos mais afetados pela grande alta da inflação nos últimos anos, este alimento continua largamente inserido na dieta do brasileiro. De acordo com o panorama Perspectivas Agrícolas 2018-2027 a produção de carne brasileira continua crescendo, estando atrás somente da China, União Europeia e Estados Unidos. Esse crescimento da produção no Brasil se beneficia de uma oferta abundante de recursos naturais, ração, disponibilidade de pastagens e ganhos de produtividade. Um importante fator associado à qualidade da carne bovina, assim como de outros alimentos, é a sua segurança microbiológica. A presença de microrganismos pode ser ocasionada por práticas inadequadas desde o abate, passando pelo processamento até acomercialização deste produto e ainda podem levar a contaminação cruzada de outrosalimentos. Dentre os microrganismos que podem ser veiculados, comprometendo a segurança de alimentos, pode-se destacar as bactérias do gênero Salmonella, consideradas como um dos principais patógenos de origem alimentar, com elevados riscos à saúde humana. A contaminação da carne bovina por esta bactéria pode ocorrer durante toda a sua cadeia produtiva, desde o abate e processamento até armazenamento e transporte. A legislação brasileira determina a ausência de Salmonella em 25g para que os produtos cárneos sejam considerados seguros, entretanto alguns estudos realizados no Brasil têm detectado a presença desta bactéria em diversas amostras de carnes bovinas comercializadas, indicando uma deficiência nos sistemas de fiscalização e comprometendo a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos fornecidos à população brasileira.
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