Introdução: Nas unidades de ensino de medicina do país é observado um modelo de ensino pouco flexível, em que o acadêmico não possui autonomia em grande parte do seu processo de estudo-aprendizado. Por um lado, essa metodologia permite sim formar profissionais bem capacitados, entretanto, por outro, impede que o médico desenvolva uma visão mais humana, cuidadosa e reflexiva com cada futuro paciente. Um grande exemplo, são as temáticas de gênero e sexualidade, as quais são superficialmente abordadas no ensino acadêmico, mas são de extrema importância para a vida profissional do médico. Objetivo: O principal objetivo desse trabalho é abordar uma perspectiva sobre a inserção de uma disciplina de gênero e sexualidade na grade curricular da graduação de medicina, analisando a necessidade de inclusão dos fatores humanos e sociais na promoção em saúde e na educação médica. Material e Método: Foram utilizadas as bases de dados da Scientific Electronic Online (Scielo), biblioteca nacional dos Estados Unidos (Pubmed), dentro do período de 2010 a junho de 2021. Foram revisados estudos publicados na língua inglesa e portuguesa que abordassem a discussão de gênero e sexualidade no âmbito acadêmico, principalmente na formação médica. A seleção da bibliografia, ainda, foi baseada no título, relevância e descrição do trabalho. Resultados: Dentre os estudos analisados ficou claro que a sexualidade é compreendida nos aspectos biológicos, psíquicos e sociais e, assim deve ser incluída no campo da saúde a partir do seu reconhecimento como um aspecto fundamental na educação médica e na promoção em saúde. Discussão: A maior parte dos artigos analisados mostrou a necessidade da abordagem do gênero e da sexualidade de forma a promover a interdisciplinaridade entre os campos das ciências humanas e sociais com a ciência biológica, para que tanto docentes como discentes possam expandir esse debate alargando as fronteiras do conhecimento acadêmico. Conclusão: Portanto, para que, de fato, tenha-se uma perspectiva para além da abordagem exclusivamente biológica, evidenciou-se que é necessário promover um diálogo interdisciplinar entre as ciências biológicas, exatas e humanas no âmbito acadêmico, ampliando, desse modo, aquilo que a visibilidade seletiva à patologia e aos aspectos técnicos da prática médica restringem.
