Introdução: A analgesia de parto é um direito de toda mulher e oferecê-la é essencial conforme as boas práticas médicas na assistência ao parto. Há evidências de que a redução da dor impede o aumento exagerado da frequência cardíaca e da pressão arterial maternas. Sob esse panorama, as terapias complementares para alívio da dor (TCAD) no parto, como deambulação, cromoterapia, banho de aspersão, massagem, musicoterapia, bola suíça e aromaterapia, recebem destaque na assistência obstétrica humanizada. Alternativamente aos métodos farmacológicos, as TCAD apresentam a vantagem de não oferecerem tantos efeitos adversos e contraindicações. Além disso, essas técnicas permitem maior autonomia e postura ativa da mulher, elencando seu protagonismo no trabalho de parto. Objetivo: Avaliar o uso de métodos não farmacológicos para alívio da dor no trabalho de parto em uma maternidade. Métodos: Trata-se de estudo descritivo transversal, em que foram incluídas 96 parturientes de uma maternidade pública do Rio de Janeiro, realizado no período de agosto a novembro de 2019. As variáveis analisadas foram o uso de métodos não farmacológicos para alívio da dor durante o trabalho de parto e o tipo de método adotado. Foram utilizados, para tabulação de dados e análises estatísticas, os programas Microsoft Office Excel e R, respectivamente. Resultados e conclusão: Observou-se que em 85% (n=82) dos partos houve uso das TCAD, enquanto em 15% não houve (n=14). As três TCAD mais utilizadas, em ordem de frequência, foram: banho de aspersão (70,45%), deambulação (67,04%) e técnicas de respiração (46,6%), seguidas de massagem (10%), penumbra (8%), musicoterapia (7%), bola suíça (5%) e cromoterapia (5%). A média de TCAD utilizadas por parturiente foi de 4,3. O percentual de mulheres que utilizaram de uma a três TCAD em seu parto foi de 33,38% (n=33), de quatro a seis foi de 33,33% (n=32) e de sete a 10 foi de 17,71% (n=17). Também foi realizada uma análise referente à mediana do tempo de parto, que avaliou partos que utilizaram TCAD e partos que não as utilizaram e não apresentou resultado estatisticamente relevante (valor p=0,12). Observou-se que as TCAD foram amplamente utilizadas nos partos vaginais da maternidade em questão, de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a assistência respeitosa ao parto. A realização de estudos posteriores que descrevam condutas durante a assistência ao parto vaginal e seus benefícios para o trabalho de parto e para a experiência materna pode ser interessante para estimular a implementação dessas práticas em outros serviços de obstetrícia.
Introdução: As glândulas de bartholin desempenham importante papel no sistema reprodutor feminino, ao produzir muco responsável pela lubrificação, especialmente durante o intercurso sexual. O cisto de bartholin (CB) assintomático não exige intervenção. Por outro lado, o CB sintomático ou que altera consideravelmente a anatomia da vulva requer tratamento, e apesar da diversidade de terapias possíveis, é comum a recorrência aos tratamentos conservadores. Objetivos: Analisar o perfil das mulheres com CB e sua abordagem terapêutica pela marsupialização. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo baseado na análise de prontuários de mulheres com diagnóstico de CB, atendidas no Ambulatório de Patologia Vulvar entre janeiro de 2000 e dezembro de 2016. Variáveis foram analisadas descritivamente por meio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 23. Resultados: Duzentas e quarenta e quatro mulheres com CB foram atendidas, das quais 90,98% (222/244) tinham menos de 50 anos de idade; 78,69% (192/244) relataram CB ou abscessos (AB) prévios; e 41% (100/244) referiram, pelo menos, uma drenagem cirúrgica anterior. Entre essas, 160 mulheres foram submetidas à marsupialização e 140 foram analisadas pelo seguimento realizado no instituto. Recidiva ocorreu em 7,33% (11/150) dos casos. Não houve intercorrências intraoperatórias. A taxa de complicações pós-operatórias foi de 4,67% (7/150). Não houve qualquer intercorrência durante os procedimentos realizados, segundo os boletins operatórios. Conclusões: Observou-se sucesso na abordagem terapêutica na maioria dos procedimentos realizados no instituto. A doença foi mais prevalente em mulheres com menos de 50 anos e naquelas com história prévia de CB ou AB.
Introdução e Relato de Caso: O tumor de Burschke-Lowenstein (TBL) é um condiloma gigante que acomete mais frequentemente a região anogenital e está associado à infecção pelos HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) 6 e 11. Apesar do baixo potencial oncogênico desses genótipos, o TBL possui comportamento agressivo, além de apresentar elevados índices de recorrência (56%), malignização para carcinoma escamoso (60%) e mortalidade (20%). Mulher, 70 anos, natural do Rio de Janeiro (RJ). Admitida em hospital público terciário no Rio de Janeiro em agosto de 2017 em razão de condiloma gigante em região genital. Ao exame, duas lesões volumosas, em vulva, acometendo os grandes lábios, e em região perianal e sulco interglúteo. Foi realizada ressecção da lesão vulvar em abril de 2018 com histopatológico confirmando diagnóstico de condiloma e lesão intraepitelial de alto grau com margens livres. Paciente recebeu alta com programação de nova abordagem da lesão perianal. Evoluiu com dor, sangramento e áreas de fístulas drenando secreção purulenta. Iniciada antibioticoterapia empírica com coleta de material para cultura e realizada ressecção da lesão (14,5×7,0×4,0 cm), cujo resultado histopatológico evidenciou condiloma acuminado associado à lesão de alto grau, com margens medial e lateral comprometidas. Evoluiu com deiscência e foi reabordada para rotação de retalho. Admitida em setembro de 2019 para nova biópsia de massa volumosa e exofítica recidivada em canal anal. O histopatológico mostrou-se com carcinoma de células escamosas. Tomografia computadorizada de abdome e pelve evidenciando acometimento de canal anal, sem linfonodomegalias e líquido livre na cavidade. Optado por quimioterapia, foi iniciado tratamento em junho de 2020, sem resposta satisfatória. Paciente realizou internação recente em agosto de 2020 para estabilização clínica com proposta de reiniciar tratamento quimioterápico. Objetivos: Relatar um caso de TBL comprometendo vulva, região perianal e glútea, com recidiva em canal anal. Métodos: Estudo retrospectivo do tipo relato de caso no qual foi descrita a evolução de uma mulher apresentando tumor diagnosticado como TBL vulvar com recidiva em canal anal. Submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) via Plataforma Brasil e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) assinado pela paciente. A elaboração do texto foi realizada a partir da utilização de dados contidos no prontuário. Resultados e Conclusão: Este relato ilustra um caso de TBL com longa evolução e recidiva com malignização para carcinoma de células escamosas de canal anal. Trata-se de uma enfermidade com elevada morbimortalidade na qual a abordagem cirúrgica da lesão é tratamento de eleição, posto que os índices de recidiva e transformação maligna são elevados.
Introdução: O condiloma acuminado é uma lesão benigna causada pelo papilomavírus humano (HPV) que, na gestação, pode crescer e se multiplicar com maior facilidade, sendo o maior fator de risco para o desenvolvimento da papilomatose respiratória recorrente (PRR) no recém-nascido (RN). Entre os tratamentos seguros em gestantes estão o laser diodo e a eletrocauterização. Apesar de apresentar bom clareamento viral, o uso de laser diodo em lesões genitais ainda é pouco descrito e há divergências quanto à taxa de recorrência da lesão com seu uso. Também não se tem evidências de que o tratamento do condiloma, independentemente da terapia adotada, diminui o risco do desenvolvimento de PRR. Objetivo: Avaliar resultados comparativos no pós-operatório (PO) de tratamento do condiloma acuminado na gestante com o uso de laser diodo e eletrocauterização. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo baseado em resultados preliminares de um ensaio clínico randomizado pragmático, com análise de variáveis quali-quantitativas, que se realizará de janeiro de 2021 a janeiro de 2024. Foram incluídas as gestantes atendidas em um ambulatório de patologia vulvar no Rio de Janeiro, com diagnóstico clínico de condiloma acuminado, randomizadas para tratamento com eletrocauterização ou laser diodo, até 36 semanas de gestação. Neste trabalho, avaliaram-se a dor, segundo a escala visual analógica (EVA), o uso de analgésicos e as complicações no PO das gestantes incluídas sete dias após o procedimento. Também foi colhido escovado da orofaringe dos RN para pesquisa de DNA-HPV. Resultados e conclusão: Até o presente momento, foram incluídas e randomizadas 11 gestantes, das quais quatro foram tratadas com bisturi de alta frequência e sete com laser diodo. A média de idade gestacional ao tratamento foi de 29 semanas. Quanto à dor no PO do laser diodo, três ainda apresentavam dor no 7º dia de PO, duas apresentaram dor por um a três dias e duas negaram qualquer dor no PO. Já para as gestantes submetidas à eletrocauterização, uma ainda apresentava dor no 7º dia de PO, uma referiu dor por quatro a seis dias, uma negou qualquer dor no PO e uma não retornou para a consulta de revisão. Apenas uma gestante usou analgésico para alívio da dor após tratamento com laser. A média de dor, conforme a escala EVA para o laser diodo, foi de 3,8 no dia do procedimento e de 2,6 no 7º dia de PO. Já para a eletrocauterização, a média foi de 4,3 e 2,3, respectivamente. Até o momento, não houve complicações nem recidivas após o tratamento com as modalidades adotadas. Houve lesão residual em uma gestante tratada com eletrocauterização e em uma gestante tratada com laser diodo. Foi colhido escovado da orofaringe de quatro RN e a pesquisa do DNA-HPV nas amostras está em andamento. Desses RN, um nasceu por parto vaginal e um foi prematuro. Por enquanto, não houve diferença significativa entre as modalidades terapêuticas no que diz respeito à dor no PO e às recidivas. No entanto, este é apenas um estudo com resultados preliminares.
Introdução: O líquen escleroso vulvar (LE) é uma dermatose inflamatória crônica, não infecciosa, cuja etiologia ainda é incerta. A queixa mais frequente é prurido intenso, com exacerbação noturna. Sintomas como sensação de queimação, disúria e sangramento genital também podem ser relatados. A prevalência exata do líquen escleroso ainda é desconhecida em virtude da grande quantidade de mulheres oligo ou assintomáticas, que correspondem, aproximadamente, a um terço dos casos. A prevalência estimada no sexo feminino é entre 1:300 a 1:1.000. O LE é considerado o principal fator de risco para a neoplasia intraepitelial vulvar (NIV) diferenciada e o carcinoma escamocelular diferenciado. Objetivo: Avaliar a prevalência de LE nas mulheres atendidas em um ambulatório de patologia vulvar e a frequência de progressão clínica para carcinoma epidermoide. Métodos: Estudo analítico, de corte transversal, no qual foram revisados prontuários arquivados para a avaliação da prevalência e da evolução clínica das mulheres com diagnóstico de LE atendidas no ambulatório de patologia vulvar no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2019. O cálculo da prevalência foi feito pela fórmula de razão de prevalência. Resultados e conclusão: A média de idade das mulheres no momento do diagnóstico de LE foi de 59 anos (variando de sete a 84 anos). Foram identificadas 180 mulheres com diagnóstico de LE no período de cinco anos, com valor de prevalência de 17,8% (180/1.007) no ambulatório de patologia vulvar. Desses casos, 1,6% (3/180) para NIV diferenciada e 2,22% (4/180) evoluíram para carcinoma epidermoide. A prevalência de LE no ambulatório de patologia vulvar não foi alta e a frequência de progressão histológica foi semelhante à encontrada na literatura.
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