Introdução: A quarentena imposta pelo COVID-19 afetou brutalmente a vida de todos os brasileiros desde que foi instituída. Manifestações de ansiedade, depressão e distúrbios do sono dispararam neste período, especialmente em indivíduos com piores hábitos cotidianos, como consumo de álcool e tabaco. Objetivo: Avaliar o perfil de consumidores de álcool e tabaco e seu impacto na saúde mental e do sono durante o cenário da pandemia de SARS-CoV-2 no Brasil. Método: Trata-se de uma análise post-hoc da base de dados do estudo DEGAS-CoV, tendo como foco, numa pesquisa online de 2.695 sujeitos, aqueles que declararam, serem consumidores de álcool e/ou tabaco. Possível depressão e ansiedade foram avaliados pela Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS), e sono de má qualidade pelo Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI). Resultados: Tabagistas se associaram a maior taxa de possível ansiedade - 65% vs. 56%, OR 1,5 [1,10 — 2,09], e de sono ruim - 68% vs. 48% em não-fumantes - OR = 2,33 [1,70 — 3,20]. Não observamos associação relevante entre uso de álcool e possível ansiedade ou sono ruim, enquanto a taxa de possível depressão foi menor entre estes - 42% vs. 50% em não usuários - OR = 0,73 [0,62 — 0,85]) - nesse grupo, quando subdividido, as taxas de possível depressão foram de 41% para consumidores exclusivos de álcool, vs. 48% nos consumidores de álcool e tabaco. Habitantes do Centro-Oeste e Sul, pessoas no terceiro quartil (28-38 anos), homens, brancos, pessoas com formação universitária e pessoas com renda acima de R$ 10.000 estiveram mais associadas ao consumo de álcool, ao passo que pessoas no último quartil (> 39 anos) e homens estiveram mais associados a consumo de tabaco, de forma mais relevante. Conclusão: Na amostra, o tabagismo esteve negativamente associado à qualidade do sono e à maior propensão a possível ansiedade, mas não a depressão, enquanto que o uso de álcool não se associou negativamente às condições estudadas, tendo inclusive associação paradoxal a taxa menor de possível depressão. Por fim, o consumo de álcool foi mais heterogêneo que o de cigarro entre os subgrupos, o que pode auxiliar na formulação de estratégias de promoção de saúde voltadas a subgrupos específicos da população. Palavras-chave: Qualidade de vida; COVID; Depressão; Ansiedade; Distúrbios do sono; Álcool; Tabaco. Introdução: A quarentena imposta pelo COVID-19 afetou brutalmente a vida de todos os brasileiros desde que foi instituída. Manifestações de ansiedade, depressão e distúrbios do sono dispararam neste período, especialmente em indivíduos com piores hábitos cotidianos, como consumo de álcool e tabaco. Objetivo: Avaliar o perfil de consumidores de álcool e tabaco e seu impacto na saúde mental e do sono durante o cenário da pandemia de SARS-CoV-2 no Brasil. Método: Trata-se de uma análise post-hoc da base de dados do estudo DEGAS-CoV, tendo como foco, numa pesquisa online de 2.695 sujeitos, aqueles que declararam, serem consumidores de álcool e/ou tabaco. Possível depressão e ansiedade foram avaliados pela Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS), e sono de má qualidade pelo Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI). Resultados: Tabagistas se associaram a maior taxa de possível ansiedade - 65% vs. 56%, OR 1,5 [1,10 — 2,09], e de sono ruim - 68% vs. 48% em não-fumantes - OR = 2,33 [1,70 — 3,20]. Não observamos associação relevante entre uso de álcool e possível ansiedade ou sono ruim, enquanto a taxa de possível depressão foi menor entre estes - 42% vs. 50% em não usuários - OR = 0,73 [0,62 — 0,85]) - nesse grupo, quando subdividido, as taxas de possível depressão foram de 41% para consumidores exclusivos de álcool, vs. 48% nos consumidores de álcool e tabaco. Habitantes do Centro-Oeste e Sul, pessoas no terceiro quartil (28-38 anos), homens, brancos, pessoas com formação universitária e pessoas com renda acima de R$ 10.000 estiveram mais associadas ao consumo de álcool, ao passo que pessoas no último quartil (> 39 anos) e homens estiveram mais associados a consumo de tabaco, de forma mais relevante. Conclusão: Na amostra, o tabagismo esteve negativamente associado à qualidade do sono e à maior propensão a possível ansiedade, mas não a depressão, enquanto que o uso de álcool não se associou negativamente às condições estudadas, tendo inclusive associação paradoxal a taxa menor de possível depressão. Por fim, o consumo de álcool foi mais heterogêneo que o de cigarro entre os subgrupos, o que pode auxiliar na formulação de estratégias de promoção de saúde voltadas a subgrupos específicos da população. Palavras-chave: Qualidade de vida; COVID; Depressão; Ansiedade; Distúrbios do sono; Álcool; Tabaco.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2025 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.