Este trabalho parte de inquietações acerca do atendimento de uma criança, na Clínica de Linguagem, cuja mãe solicitou um diagnóstico diferencial entre Apraxia de Fala na Infância e Transtorno do Espectro Autista. Discute-se a contradição entre a indecidibilidade diagnóstica e a suposta universalidade destas categorias. O objetivo é propor um diagnóstico de linguagem que leve em consideração não somente as inusitadas produções orais de uma criança, mas seu modo de relação à fala do outro e à própria. Utilizou-se como método a discussão de um caso clínico, cujo diagnóstico de linguagem era indicativo de fracassos na inscrição significante no corpo. A intervenção foi realizada sobre o efeito da fala da criança no outro que, à deriva, ficava preso ao espelhamento do gesto motor, impossibilitado de a ele atribuir valor linguístico.
Cet article traite des transformations qui ont eu lieu dans la pratique clinique du Lugar de Vida - Centro de Educação Terapêutica, pendant la période de distanciation sociale à cause de la pandémie COVID-19. L'histoire de l'institution est citée, soulignant le caractère inventif de la clinique psychanalytique des enfants avec des barrières structurelles dans leur constitution psychique. Situations cliniques déclenchent la reformulation des projets thérapeutiques et la manière dont l'institution poursuit son travail. Pour certains enfants, on considère que la séance à distance peut être une manière de traiter l'Autre, puisque ça possibilite des nouvelles façons de bloquer l'Autre invasif ou chaotique de l’enfant autiste ou psychotique. Donc, les écrans peuvent être des dispositifs subjectivants s'il y aura d’un côté un sujet-interlocuteur et de l'autre un sujet-supposé.
Segundo Maleval (2020), é improvável supor, atualmente, que os autistas estejam fora da linguagem. Certamente eles se deixam capturar pelo Outro, tesouro dos significantes, mas de forma parcial, por meio de uma operação que o autor denominou por “alienação retida”. Neste artigo procurei investigar o modo de relação de uma criança autista à linguagem e discutir possíveis efeitos da interpretação que incidiram sobre as manifestações gestuais, de fala e de escrita determinadas a partir de uma temática recorrente, perseverante, e aparentemente sem sentido. Tal interpretação permitiu movimentar pontos nodais de paralisação da criança no campo da fala e da escuta.
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