AO PROPOR uma qualificação dos aspectos sociológicos dos favelados em relação à alimentação, observa-se que a alimentação, em situação de pobreza, não é mais um fator de sociabilidade, mas, ao contrário, de exclusão. A abordagem econômica (constrangimento financeiro, acessibilidade) e a abordagem sociológica (famílias desestruturadas, desemprego, estilo de vida) explicam parte das práticas alimentares dos favelados e as estratégias de sobrevivência alimentar que eles desenvolvem. Além disso, a abordagem antropológica relaciona as práticas com o habitus alimentar de classe, os hábitos culturais e as representações corporais dos "pobres", oferecendo elementos para a compreensão da desnutrição.
WHEN considering a qualification of the sociological aspects of the slum-dwellers in relation to feeding, we may note that nutrition, in context of poverty, is not anymore a factor of sociability, but, on the opposite, of exclusion. The economic approach (financial constraint, accessibility) and the sociological one (fragmented families, unemployment, style of life) explain part of the diet of the slum-dwellers, and the strategies of survival they develop in relation to food. Moreover, the anthropological approach relates practices with habitus of class, cultural habits and corporal representations of the "poor", offering elements for the understanding of the malnutrition
STE ARTIGO comparativo focaliza as políticas públicas adotadas para as favelas das duas maiores metrópoles indianas, Delhi, a capital política, e Mumbai, o principal centro econômico. Depois de ter apresentado os contextos tanto demográficos quanto urbanísticos, ressaltaremos as tendências similares ou, ao contrário, tentaremos entender as divergências existentes nas políticas das favelas aplicadas no período pós-independência, isto é, depois de 1947. Como será mostrado, a explicação das principais diferenças tem como base as interações distintas de atores arraigados em contextos urbanos específicos. Os estudos de casos de Delhi e Mumbai conduzirão finalmente a uma reflexão mais geral sobre o "tratamento" das favelas na Índia.Sendo o termo slum (favela) bastante utilizado na Índia, alguns esclarecimentos iniciais se fazem necessários. A lei de 1956 sobre as Áreas Faveladas (Desenvolvimento e Erradicação) -lei pioneira e de referência -considera favelas os setores antigos de habitação superlotados e degradados em que os edifícios "são, sob todos os aspectos, inadequados em termos de habitação humana". Essa definição pode aplicar-se a casas não habitadas por locatários ou proprietários com direitos legais, tal como no caso do antigo núcleo urbano de Delhi, que foi declarado "área favelada". Uma segunda categoria de slums inclui estruturas autofabricadas, abrigos frágeis e barracos apinhados e insalubres chamados jhuggi-jhompris, em Delhi, e jhopad patties, em Mumbai. A natureza ilegal da ocupação da terra é um elemento comum nessa segunda categoria de habitação: para os urbanistas e o Poder Judiciário, isso significa terras ocupadas invadidas por posseiros, ou seja, terras ocupadas sem a autorização do órgão fundiário. Assim, a precariedade física da habitação e a precariedade do estado de ocupação estão associadas. São essas ocupações, ou favelas stricto sensu neste trabalho, que serão focalizadas na nossa análise.
Políticas urbanas, territórios e exclusão social: as favelas nas grandes cidades -Brasil e Índia MARIE-CAROLINE SAGLIO-YATZIMIRSKYESPETACULAR crescimento urbano das grandes metrópoles da Índia e do Brasil nos últimos 50 anos, assim como a reestruturação econômica realizada nesses países exerceram impactos comparáveis no que diz respeito à aceleração das desigualdades e da exclusão social. Essas dinâmicas se leem na reorganização do território urbano e na multiplicação dos conflitos entre os pobres e a população de renda média e alta, de um lado, e entre as zonas urbanizadas e as áreas de proteção ambiental, de outro.Mumbai, capital econômica da Índia, que possui 12 milhões de habitantes (19 milhões habitantes em sua área metropolitana), bate o triste recorde mundial de ter 54% da sua população vivendo em slums, ou seja, áreas de moradia degradada e carente, nas quais os habitantes não possuem títulos legais de moradia. Delhi, com 13 milhões de habitantes (21 milhões em sua área metropolitana), O As esculturas de Tio Lino retratam paisagens da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro (RJ).
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