PURPOSE: To determine the reasons for choosing the medical profession by interviewing freshmen medical students from the Faculty of Medicine, University of São Paulo and investigating their socioeconomic and psychological profiles, as well as to determine whether there are gender differences. METHOD: One hundred and sixty three freshmen medical students answered a questionnaire regarding their socioeconomical profile. Of those, 30 female and 30 male students underwent a face-to-face interview regarding the career choice, the Thematic Apperception Test (TAT) and the 16 Personality Factor Questionnaire (16 PF). The results were analyzed qualitatively and by Mann-Whitney, χ 2 , Fisher's Exact, and r p coefficient tests. RESULTS: Most students were middle class, catholic, and had physicians in their families. Students of both genders had made an: early choice of the medical career and a persistence in taking exams many times, even after being discouraged. They also showed an awareness of the difficulties and limitations in developing their careers. The study revealed a strong valuation of the humanistic aspects of medicine; openness to new experiences; a deep personal identification with the choice of profession; a critical need for fulfillment in their careers; and conscious and unconscious desires to help people and be recognized for their usefulness, without being narcissistic. Female students were more sensitive (P <.001) and less imaginative (P = .005) than male students, who were more utilitarian and less grounded; female students tended to present greater emotional maturity while male students presented a greater tendency towards competition, and were more ambitious. CONCLUSIONS: Students of both genders have similar socio-economical profiles and features regarding their motivations for choosing the medical profession. Slight differences were found regarding some psychological aspects.
Desde os primórdios da civilização, o ser humano mostra necessidade de representar cenicamente seus dramas pessoais e vicissitudes existenciais. O "reality show" é uma das versões pós-modernas da encenação da vida humana. Este artigo, por meio de uma pesquisa bibliográfica, analisa criticamente as relações existentes entre o "reality show" e aspectos psicossociais do comportamento humano. Conclui-se que tais programas televisivos são o retrato da contemporaneidade, ou seja, revelam a morte do sujeito, a fugacidade das experiências vividas, a desvalorização da história e o culto à imagem e à superficialidade. Por meio da sedução do espectador, mobilizam-se aspectos primitivos de seu psiquismo, fazendo com que ele se sinta narcisicamente poderoso e onipotente e se acredite dono do destino dos participantes do programa. Sugerem-se novos estudos que contribuam para a reflexão crítica e maior conscientização.
O presente artigo apresenta os resultados parciais de pesquisa realizada com 2778 mulheres, intitulada “Relacionamentos amorosos na contemporaneidade: quais as expectativas das mulheres?” (Millan et al., 2019), que visou à compreensão das relações afetivo-sexuais na contemporaneidade a partir da visão das mulheres e o conhecimento da dinâmica das relações com seus pares, com vistas ao manejo de conflitos nos relacionamentos afetivos e familiares, em intervenções clínicas e sociais. Teve-se como objetivo destacar aspectos relativos às diferenças entre expectativas e experiências vividas nos relacionamentos, no que diz respeito aos papéis de gênero (desempenho das tarefas domésticas e cuidados com filhos), à vida profissional, à independência financeira, aos sonhos e projetos de vida. A metodologia utilizada foi de característica quantitativa e qualitativa, com as respostas ao questionário tratadas como variáveis qualitativas ordinais e analisadas pelos testes estatísticos não paramétricos de Kruskal-Wallis ou de Mann-Whitney (1952), de acordo com o agrupamento das participantes, quanto à faixa etária, escolaridade e estado civil. As variáveis categóricas foram analisadas pelo Teste de Qui-quadrado ou pelo Teste Exato de Fisher, conforme a indicação. Na análise qualitativa, adotaram-se os referenciais psicanalítico e sistêmico. Os resultados obtidos mostram que as expectativas das mulheres nos relacionamentos amorosos são moduladas pela experiência vivida e passíveis de ajustes e reajustes durante o ciclo vital pessoal e familiar. As variáveis independentes (escolaridade, estado civil, faixa etária) influenciaram significativamente e de maneiras distintas as respostas analisadas neste artigo. Conclui-se que os relacionamentos amorosos expressam elementos próprios da contemporaneidade, na qual convivem tendências variadas de valores, condutas e pontos de vista dissonantes, em constante transformação.
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