IntroduçãoHá dois fenômenos no presente cenário de abrangência global que visam propor novos paradigmas de desenvolvimento: a cooperação Sul-Sul e as epistemologias do Sul. A emergência de perspectivas vindas do Sul, tanto no plano político internacional, quanto nos ambientes acadêmico-científicos, trazem como proposta uma nova ordem internacional, mais multipolar, equilibrada e diversificada. Observa-se a convergência de propósitos de ambos os fenômenos que evoluem de forma interdependente e paralela e trazem, no seu bojo, novos referenciais e visões de mundo. Novas alternativas, portanto, emergem desfigurando o status quo da cooperação internacional para o desenvolvimento (CID). Como um círculo virtuoso, a sintonia entre os fenômenos pode materializar-se em novas propostas teóricas e metodológicas, especialmente reformuladas a partir do campo das Relações Internacionais, para servir como instrumentos de análises, no campo acadêmico-científico e habilitar a tomada de decisão no campo prático-político.O presente artigo se propõe contribuir com essa discussão a partir da revisão da literatura sobre as teorias das Relações Internacionais e outras que procuram instrumentalizar as análises sobre a cooperação internacional e, também, sobre o pensamento no Sul global. A partir disso, defendeu-se a ideia de que a cooperação Sul-Sul requer novos instrumentais teórico-metodológicos para que ela se consolide, no tocante a iniciativas, como nova forma de os atores cooperarem para promoverem o desenvolvimento humano global.A Cooperação Sul-Sul (CSS) aparece como nova tendência da cooperação internacional para o desenvolvimento (CID). Contudo, muitos desafios de ordem prática se mostram para a concretização de parcerias horizontais e de inovações que fariam da CSS, de fato, uma modalidade diferente da cooperação
Ali onde governa, deve-se atender ao que existe, para governar bem; e o bom governante na América não é aquele que sabe como o alemão governa ou o francês, mas o que sabe com que elementos que seu país está composto e como pode ir guiando-os unidos para chegar, por métodos e instituições nascidas do próprio país, àquele estado desejável onde cada homem se conhece e se exercita, e desfrutam todos da abundância que a natureza colocou para todos no povo que fecundam com o seu trabalho e defendem com as suas vidas. O governo tem que nascer do país. O espírito do governo tem que ser do país. A forma de governo tem que se ajustar à constituição própria do país. O governo não é mais do que o equilíbrio dos elementos naturais do país" (Martí, 2011). Introdução No século XIX, aspirava-se à libertação dos países colonizados. No século XX, falava-se em revolução de largas proporções na América Latina e Caribe. Desde o momento em que se deu o encontro dos mundos, movimentos libertários evidenciaram o grau de opressão do sistema de dominação europeu -falase da transformação do sistema colonial no presente colonialismo do poder, do saber e do ser. 2 Desde os primórdios da emergência de um pensamento crítico nas colônias americanas, ansiava-se pelo reconhecimento da singularidade das realidades e povos que aqui viviam e sua dignidade humana. A aproximação atual entre países periféricos na política internacional, o que conforma o Sul global, é uma tendência desejável e natural. Há um passado histórico comum que une esses povos e nações em torno dos fenômenos sociais da miscigenação biológica e cultural, da construção de uma identidade
O objetivo deste artigo é analisar a cooperação Sul-Sul (CSS) do Brasil e da Argentina no presente século XXI como uma política pública, notadamente a partir de 2003, em perspectiva comparada. Para tanto, analisam-se os marcos da CSS provenientes das políticas externas e de cooperação internacional para o desenvolvimento em ascensão, dando alguma estabilidade para a implementação dos projetos de cooperação técnica. Na introdução, apresenta-se a CSS na América Latina e Caribe, um contexto comum que caracteriza e, também, resulta da atuação de países como o Brasil e a Argentina. Na primeira parte, discute-se a CSS como área de política externa (issue area), tendo 2003 como um marco em ambos os países. Na segunda parte, apresenta-se a estrutura institucional e os mecanismos operativos que evidenciam nos dois países a consolidação de uma política de cooperação internacional para o desenvolvimento (CID). Na terceira e última parte, os dois países são apresentados de forma comparada, destacando as semelhanças e singularidades entre seus marcos políticos para a CSS. Ao final, elaboram-se algumas considerações sobre o tema no cenário global e no campo científico
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