Introdução: O sarampo é uma doença febril aguda causada pelo vírus da família Paramyxoviridae. Sua transmissão ocorre por gotículas e aerossóis eliminados na tosse, espirro, fala ou respiração do indivíduo infectado. É uma patologia altamente transmissível. O quadro clínico dessa infecção constitui-se de três fases: incubação, prodrômica e exantemática. O período de incubação inicia-se imediatamente após a transmissão e nessa fase, os indivíduos são, geralmente, assintomáticos. Posteriormente, na fase prodrômica, surgem sintomas inespecíficos, além de fotofobia e manchas de Koplik, sendo findada com o surgimento do exantema. O exantema é morbiliforme e tem progressão centrífuga. O diagnóstico dessa afecção é feito com auxílio de PCR e ELISA. Para o tratamento, são adotadas medidas de suporte, como o uso de antipiréticos, hidratação, limpeza ocular e oxigênio, para os casos mais graves. É uma doença infecciosa viral de notificação compulsória em âmbito nacional. Em setembro de 2016, o país recebeu da Organização Pan-Americana de Saúde o certificado de erradicação da doença. Entretanto, devido à queda nos índices de vacinados em todas as regiões do país, o sarampo voltou a ameaçar a saúde da população. Assim, o presente artigo visa analisar o panorama epidemiológico do sarampo no Brasil, a fim de promover maior visibilidade a essa patologia e de melhor compreender o recente aumento de casos da doença. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada por meio da pesquisa dos descritores “Sarampo”, “Certificado Internacional de Vacinação” e “Vírus do sarampo” nas bases de dados Scielo, Pubmed e Lilacs. Estudos disponíveis na íntegra e que estivessem relacionados ao tema, foram selecionados. Trabalhos com data de publicação superior a 5 anos e disponibilizados em periódicos de baixo fator de impacto foram excluídos. Sendo assim, após a realização da análise criteriosa descrita, foram selecionadas 13 referências. Discussão: A emergência da recusa à vacinação contra o sarampo foi precipitada sobretudo após a publicação, em 1988, de um artigo no periódico The Lancet, o qual associava a vacina tríplice viral ao desenvolvimento de autismo e de doença inflamatória intestinal. Essa informação desencadeou muitas repercussões. Entretanto, em 2010, o próprio periódico retificou essa informação ao constatar sua inveracidade. O óbice está no fato de a notícia ter obtido tamanha repercussão, de modo a gerar inúmeros grupos contrários à vacinação. Assim, apesar da correção, pelo próprio meio de veiculação, esse mito continuou sendo propagado e ainda está em voga nos tempos atuais. Nesse contexto, a recusa pela vacinação pode ser explicada por convicções religiosas, pessoais, notícias falsas, chamadas de fake news, e movimentos sociais, a exemplo do movimento antivacina. Essa recusa desencadeia a baixa cobertura vacinal observada principalmente nos países em desenvolvimento, os quais apresentam maior dificuldade de controle de doenças imunopreveníveis como o sarampo. Conclusão: Os números referentes às infecções por sarampo nos últimos anos reforçam o alarmante quadro de reemergência da doença no país, evidenciando um contexto epidemiológico preocupante para a saúde pública brasileira. Assim, são necessários mais estudos que tragam visibilidade e novas perspectivas ao cenário em questão, a fim de contribuir na disseminação de informações verídicas e baseadas no conhecimento científico.