Considerando que a expansão urbana e o aumento das atividades antrópicas geram perda e fragmentação dos hábitats naturais, ameaçando a biodiversidade, a conservação dos remanescentes florestais urbanos é de extrema importância para a persistência de espécies de fauna e flora nativas. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a estrutura da paisagem de área urbanizada no bioma Mata Atlântica, utilizando técnicas de geoprocessamento e fundamentos de Ecologia de Paisagem, visando a fornecer subsídios à conservação florestal na paisagem urbana. Um mapa de uso e cobertura foi utilizado para quantificar a cobertura florestal e para avaliar a estrutura da paisagem. As métricas de paisagem quantificaram área (AREA), forma (SHAPE) e proximidade (NEAR) dos remanescentes florestais, fornecendo indicadores da estrutura da paisagem. A cobertura florestal representa 22,9% da área de estudo, sendo apenas 3,6% dos fragmentos maiores que 50 ha. A grande maioria dos fragmentos (83%) tem área menor que 10 ha. Apenas três remanescentes são maiores que 500 ha, sendo que o maior deles localiza-se na Floresta Nacional de Ipanema. A maioria dos fragmentos florestais (80%) localiza-se em propriedades particulares. A paisagem foi diagnosticada como altamente antropizada e fragmentada, porém com remanescentes próximos entre si (NEAR 50 m), potencializando a movimentação das espécies na matriz antrópica. Cenários de exclusão dos pequenos fragmentos demonstraram a fragilidade da matriz sem o apoio deles, pois os pequenos remanescentes contribuem para a conexão entre os maiores. O campo antrópico de vegetação pioneira é a segunda classe de uso de maior cobertura na área de estudo (20,4%), atrás somente da área urbanizada (25%). Ações para a manutenção da biodiversidade em paisagens antropizadas, como as da área de estudo, devem priorizar projetos de restauração de campos antrópicos, incentivos à conservação de remanescentes em propriedades particulares e a manutenção de pequenos fragmentos na paisagem, a fim de promover a conexão entre as grandes áreas florestais. Os planejamentos urbano e ambiental das cidades devem ser alinhados e baseados em estudos científicos sobre a espacialização da vegetação no ambiente urbano.
Low-order streams are important regions for river formation and are highly vulnerable to changes in terrestrial systems. Thus, the land-use/land-cover plays an important role in the maintenance of water quality. However, only its composition may not explain the spatial variation in water quality, because it does not consider landscape con gurations. In this context, the study aimed to evaluate the forest cover pattern effects on water quality on low-order streams, which integrated an agricultural landscape. Applying a paired watershed method, we selected watersheds classi ed according to their morphometry and average slope to discard other physical factors that could in uence the water quality. Land-use/landcover pattern was analyzed for composition and forest cover con guration using landscape metrics, including the riparian zone composition. Water quality variables were obtained every two weeks during the hydrological year. This way, watersheds had similar morphometry, slope, and land-use/land-cover composition but differed in landscape con guration. Watershed with more aggregated forest cover had a better water quality than the other one. The results show that forest cover contributes to water quality maintenance, while forest fragmentation in uences the water quality negatively, especially in sediment retention. Agricultural practices are sources of sediment and nutrients to the river, especially in steep relief. Thus, in addition to land-use/land-cover composition, landscape pattern must be considered in management of low-order streams in tropical agricultural watersheds.
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