O estudo objetivou estabelecer uma relação entre o processo de desmatamento, a expansão da pecuária na Amazônia brasileira e a degradação dos corpos hídricos. A investigação seguiu uma abordagem qualitativa, com procedimentos da revisão bibliográfica e levantamento de dados de desmatamento e da produção pecuária bovina dos estados da Amazônia Legal, como forma de contextualizar o encadeamento dos projetos desenvolvimentistas desde a década de 1970. Com foco em área localizada no bioma Amazônia, no norte de Mato Grosso, foram levantadas informações dos municípios da macrorregião, denominada pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária, como Norte 2. Com base nos dados do PRODES e IBGE-SIDRA, no período entre 1985 a 2020, foi observado que a maior parte das áreas desmatadas foi ocupada com pecuária bovina, sendo, portanto, o maior vetor de desmatamento. A supressão da floresta e o manejo inadequado do solo comprometem diretamente os recursos hídricos. Além disso, sem o respeito à legislação ambiental de preservação das Áreas de Proteção Permanente (APPs), a atividade ocasionou intensa degradação ambiental, atingindo sobremaneira as matas ciliares por derrubadas e queimadas, o que implicou na vitalidade (quantidade e qualidade da água) das nascentes, córregos e rios e perda da função ecológica.
O objetivo deste estudo é analisar os impactos da pecuária bovina de corte sobre os recursos hídricos na Amazônia norte-mato-grossense. A área de estudo (Norte 2) (IMEA, 2010) é composta por 17 municípios. A pesquisa optou pela abordagem qualitativa, com procedimentos da revisão bibliográfica e levantamento de dados socioeconômicos regionais (PRODES e IBGE-SIDRA). Como técnica de aproximação da realidade, entre os anos de 2018 a 2021, foram visitadas 300 propriedades situadas às margens da BR-163 e das rodovias estaduais (MT-206, MT-208, MT-319, MT-320, MT-322) a fim de observação e registro fotográfico. Foram ouvidos 60 interlocutores com vivência local (técnicos das Secretarias de Meio Ambiente e Agricultura, secretários municipais, pecuaristas, agricultores, camponeses, agrônomos, biólogos, dentre outros profissionais). Registrou-se que, além da supressão da floresta, houve diminuição drástica das matas ciliares, comprometendo enormes porções dos recursos hídricos e resultando em grave problemática. Ademais, pôde-se ver a dessedentação dos animais diretamente nos corpos hídricos, assoreamento, manejo inadequado do solo (encrostamento e parca recuperação de pastagens) e dos recursos hídricos (uso inadequado de nascentes e córregos, com alteração dos canais, represamentos sequenciais inadequados e irregulares) que comprometem diretamente o fluxo hidrológico. As Áreas de Proteção Permanente (APPs) – previstas na legislação brasileira – foram suprimidas gravemente, diminuindo a vitalidade das nascentes, córregos e rios, com consequente perda da função ecológica. A pressão da atividade produtiva é intensa e o cenário poderá resultar em grave escassez hídrica futura.
A análise geo-histórica do avanço da fronteira urbano-agrícola-industrial em direção à Amazônia se constitui no recurso analítico por excelência para investigação das transformações no município de Vera, no norte mato-grossense. Ainda no âmbito da fronteira, a noção de agronegócio se posiciona como norteadora do estudo mostrando mudanças nas formas de apropriação capitalista do espaço regional, onde em imensas áreas do Cerrado, da Floresta Amazônica e de transição dos biomas se instalaram cidades, grandes fazendas de pecuária e de monoculturas de grãos. O problema espaço-temporal se refere às transformações socioespaciais e ambientais na apropriação e exploração dos recursos naturais e uso da terra a partir de 1970. A análise se apoiou nos seguintes recursos metodológicos: acesso ao Acervo Virtual da Colonizadora SINOP; elaboração de mapas através do geoprocessamento; levantamento bibliográfico; elaboração de tabelas e gráficos; uso de dados sobre desmatamento. O estudo confirmou as premissas que as transformações socioambientais resultaram na inserção do espaço do município na divisão territorial do trabalho em escalas nacional e internacional, mobilizando territorialidades indígenas, sem priorizar as populações locais (migrantes, agricultores familiares, trabalhadores da indústria madeireira), revalorando os recursos naturais em novas bases sociais definidas pelo agronegócio.Palavras-chave: Amazônia norte mato-grossense. Agronegócio. Colonização. Transformações socioambientais. Vera, MT.
O estudo trata do processo de implantação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) em Cáceres (MT) e possíveis implicações socioeconômicas e ambientais. Foram realizadas entrevistas com membros da sociedade cacerense, de modo a contrapor diferentes racionalidades em tensão: a que privilegia o vetor de acumulação tecnoindustrial e a que defende o vetor tecnoeco(lógico) de valorização da sustentabilidade ambiental e anuncia alternativas socioprodutivas para as comunidades locais. O projeto é cercado de polêmica socioambiental, pois sua efetivação envolve o agronegócio regional, a qualificação de trabalhadores e a hidrovia Paraguai-Paraná, porque sua utilização pode gerar sérios impactos ao rio Paraguai, ao bioma e às populações que vivem do e no Pantanal.
Resumo: O estudo apresenta resultados de uma ação pedagógica desenvolvida no âmbito do PIBID - Subprojeto Interdisciplinar Formação para a Diversidade: Educação Linguística, Educação para a Diversidade Cultural e Educação Ambiental nas licenciaturas (Letras e Pedagogia) no contexto da Amazônia mato-grossense. A atividade de interação ocorreu em uma escola pública municipal, na cidade de Sinop, na disciplina de ensino de História, na qual se desenvolveu a ação pedagógica da docente, dos bolsistas e das crianças, com a finalidade de conhecer e valorizar as culturas indígenas mato-grossenses, pouco abordadas. Como metodologia, as atividades seguiram a pesquisa-ação educativa. Os resultados apontam que a participação ativa no processo de pesquisa-ação altera o processo de ensino-aprendizagem, aproxima e conecta os estudantes (tanto da universidade quanto da Educação Básica) com a realidade da diversidade cultural presente no contexto. Como conclusão tem-se que, no exercício necessário de busca de conhecimento da realidade da diversidade cultural indígena, foram superadas as lacunas dos livros didáticos no ensino de História e na própria formação dos licenciandos no tocante à percepção da diversidade cultural indígena existente regionalmente. Palavras-chave:PIBID. Diversidade Cultural. Ensino de História. Culturas Indígenas.
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