A gasolina possui em sua composição mais de 200 substâncias potencialmente tóxicas, entre elas, o benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos (BTEX). Esses agentes poluidores, quando vazados em postos de gasolina, encontram-se, inicialmente, na Zona Não Saturada nas formas adsorvidas e de vapor; em contato com a fase aquosa, se dissolvem parcialmente e atingem as regiões mais profundas, contaminando as águas subterrâneas. Dentre os tratamentos para remediação, destacam-se os processos oxidativos: reagente Fenton, peróxido de hidrogênio, permanganato e persulfato, tratados neste trabalho. A aplicação dessas técnicas de descontaminação promove total degradação de uma grande variedade de substâncias perigosas, resultando em compostos inócuos como gás carbônico e água. Entretanto, na maioria das vezes, sua aplicação leva a efeitos secundários indesejáveis ao meio ambiente como, por exemplo, a liberação de íons metálicos tóxicos. Visando estudar as alterações no solo e na água, foram realizados experimentos laboratoriais utilizando um Latossolo artificialmente impactado por gasolina e tratado com os agentes oxidativos (Fenton, peróxido de hidrogênio, persulfato de sódio e permanganato de potássio). Verificou-se que os tratamentos oxidativos resultam em diminuição do pH, redução dos teores de bases trocáveis e, por se tratar de processos pouco seletivos, ocasionam a degradação da matéria orgânica natural do solo. Essas alterações favorecem a dessorção de íons metálicos que são liberados para a fase aquosa em concentrações que excedem até centenas de vezes o limite estabelecido pela legislação, afetando o meio ambiente e alterando a qualidade das águas, tornando-as inadequadas para o consumo humano.