ResumenEl turismo comunitario se presenta como un espacio intercultural a través del cual se ofrece a la gestión cultural una oportunidad para visibilizar prácticas patrimoniales que resultan esquivas al especialista tanto como al protagonista territorial. Esta oportunidad se puede capitalizar mediante prácticas educacionales formativas interdisciplinarias que, organizadas en torno a la hospitalidad y reciprocidad con las comunidades locales, pueden engarzarse con las reivindicaciones orientadas hacia la recuperación del paisaje. En esta contribución se presenta una experiencia que articula, a partir de la identi cación de prácticas patrimoniales, los procesos formativos de la educación formal con las necesidades y demandas locales de una comunidad indígena mapuche. Estudiantes universitarios del Programa de Honor en Estudios Ambientales de la Universidad Austral de Chile y estudiantes de la enseñanza media participantes del proyecto Pre Honor: Nido de Adolescentes Eco Líderes, se involucran en una iniciativa que, a través de un quehacer práctico centrado en el desarrollo del turismo comunitario, procura robustecer la relación de la comunidad con su entorno a la par que profundizar la comprensión que las y los estudiantes tienen de la realidad de los pueblos originarios.
El estrés socioambiental experimentado en la década de 2000 llevó a las comunidades rurales mapuche a proteger sus territorios. Frente a la expansión de los mercados agrícolas, forestales y turísticos, las ferias y celebraciones locales aparecen como alternativas para mantener los medios de vida amenazados. La emergencia de las ferias coincide con la intensificación de las demandas por el reconocimiento de los pueblos originarios y con el aumento de los conflictos ambientales. En la región de Los Ríos, la Fiesta de la Cereza, la Fiesta del Diweñe y la feria Kiñe Newen Mapu son tres historias paralelas. Tienen sus orígenes en la resistencia mapuche contra la contaminación ambiental, la expoliación de tierras y la defensa contra la construcción de una central hidroeléctrica. Al interactuar con agencias públicas, actores privados, mercado y coaliciones territoriales, estas historias contrastan las diferentes formas de enunciar las identidades locales a través de ferias y festivales.
A revitalização de espaços e elementos simbólicos, conjuntamente a governança de territórios habitados é uma prioridade dos povos originários da America Latina, diante de uma historia de repressão cultural. Estes, por sua vez, tentam conservar elementos tangíveis e intangíveis próprios de sua cultura. Contudo, esse esforço não é tarefa fácil quando há o predomínio da cultura ocidental, pretensiosamente homogênea, com traços urbanos e materialistas. No caso do Chile, a reivindicação de povos originários, e especificamente dos Mapuches, não é diferente desse quadro apontado, pois nem sempre suas demandas têm encontrado uma boa acolhida na sociedade chilena. Os Mapuches se encontram em uma situação de precariedade, são discursivamente descontextualizados e desterritorializados. A problemática esta dada pelas disputas e imposições sobre uso e acessos a recursos naturais, neste caso, a qualidade da água, o que altera e condiciona a cotidianidade da comunidade indígena. Neste contexto o presente trabalho objetiva dar conta de uma experiência na qual se procurou avançar na criação de instancias que promovem a identificação e priorização das demandas da comunidade de Tralcao, assim como também propor a possibilidade de gerar novas formas de conhecimento inter e em direção à transdisciplina para respondê-las e se valer de uma proposta de turismo de base comunitária. Metodologicamente, trabalhou-se com pesquisa-ação participante. Realizou-se um transecto com 12 estudantes do ensino meio (2 homens e 10 mulheres) que participam do Projeto Pré-Honra de Ecolíderes (ensino médio) e 16 universitários (8 homens e 8 mulheres) que compõem o Programa de Honra em Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano Sustentável, no âmbito do curso Filosofias do Desenvolvimento, ambos oferecidos pela Universidade Austral do Chile, e mais 10 membros da comunidade indígena de Tralcao (3 homens e 7 mulheres). O transecto baseia-se na coleta de dados ao longo de uma caminhada de reconhecimento do território mediante observações sistemáticas sobre modos de vida e biodiversidade. A experiência aqui relatada inspira-se na perspectiva do turismo de base comunitária (TBC) desenvolvida na localidade de Tralcao, situada geograficamente em parte no Santuário da Natureza Carlos Andwnter e na Bacia Hidrográfica do Rio Valdivia, região dos Rios, Sul do Chile. O eixo articulador do TBC na comunidade se sustenta na hospitalidade e cotidianidade indígena, na qual se deseja conservar modos de vida das comunidades tradicionais e preservar a biodiversidade do entorno, construindo de maneira solidaria propostas de turismo como alternativa para resgatar, difundir e conservar o mundo mapuche. O caso de Tralcao ilustra como atividades socioprodutivas da comunidade Mapuche, tradicionais ou não, impactam socioambientalmente, sobretudo a partir das paisagens que circundam a bacia hidrográfica, e como esta relação pode servir didaticamente para um projeto de educação para o desenvolvimento territorial sustentável, traduzido numa proposta de turismo de base comunitário, no qual tem como principal atrativo a cosmovisão mapuche.
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