4de classe. Relações sociais reticulares que não refletem ponto a ponto a ordem econômica.Em meio a esse cenário das preocupações "estruturais", no entanto, desenhava-se o sofrimento das crianças internas. Em realidade, o mote para qualquer intervenção era a alteração das condições de vida, de tal forma a, no mínimo, eliminar o que, na indiferença da burocratização dos vínculos ali constituídos, desconsiderava-se da presença delas. Sim. Porque, quando iniciei o trabalho, tudo indicava que, era em nome da limpeza, da higiene, da organização e da caridade que aquela "casa" existia. Inclusive, aquele não parecia um lugar onde vivessem cem crianças, tamanho era o brilho de pisos, paredes e móveis. Se elas não podiam ser vistas, quanto mais suas alegrias e tristezas... Alguma coisa, portanto, na linha da subjetividade que nessas relações se construía, estava sempre como alvo de minhas ocupações lá dentro. Mais de perto, alguma coisa na linha dos sentidos e afetos dos "pequenos", cuja vida se resumia a um confinamento num espaço/tempo/relação dessa natureza.Posso, com tranqüilidade, dizer que foi a intensidade desse contato que gerou o tema de minhas duas teses acadêmicas, mestrado e doutorado. Mais uma vez, o carro-chefe da produção intelectual foi a organização e a análise, assim concreta, que eu viesse a fazer. A primeira tese tentava responder à pergunta sobre os efeitos da separação mãe/filho, seguida de internação em instituições totais; e os recursos teóricos e metodológicos apoiados, sobretudo, em Bowlby, apontavam para as explicações psicológicas em contextos sociais diferentes dos que, por hábito de ofício, costuma-se estudar. A segunda tentava dar conta dos vínculos afetivos imaginados como possíveis para quem, desde a tenra infância estivesse em
<p>O presente artigo visa a demonstrar a centralidade do conceito de transferência para a clínica da psicanálise, por razões teóricas e éticas. Teóricas: sendo a transferência, nas palavras de Freud e, segundo psicanalistas em pesquisas recentes, a condição de análise, o paciente é concebido pelo analista como aquele que tem determinado funcionamento inconsciente, modos de resistência e elaboração, conflitos e repressões, e assim por diante, dependendo da psicanálise professada. Éticas: apesar de ter sido formulado no início dos estudos e atendimentos clínicos com casos de histeria, o conceito ganhou contornos definidos na década de 1910, no contexto de textos de recomendações à conduta dos médicos em seu trabalho. Tal análise sobre a clínica psicanalítica nos foi facultada pela instrumentação da Análise Pragmática do Discurso, de Maingueneau (discurso como ato de fala, cenografia e gênero discursivo), como parte de uma estratégia metodológica geral, a Análise Institucional do Discurso.</p>
O presente texto visa a atualizar e recolocar, agora no âmbito das mudanças de contexto conceitual e concreto do exercício da psicologia como instituição, o que já se vinha esboçando como uma proposta de Psicologia Institucional que respeitasse a especificidade de ação do psicólogo. O capítulo quatro do livro Psicologia Institucional (Guirado, 1987/2004), intitulado “Em busca de uma especificidade de atuação do psicólogo”, é revisitado e revisado à luz dessas mudanças. Mais que isso, é reescrito numa tal ordem que se pode acompanhar o avanço do pensamento e da prática profissional, desde então. Partindo da diferenciação entre os modelos psicanalítico e sociológico de Psicologia Institucional, discute-se tal distinção, confluindo para uma terceira proposta, a qual permite tratar a própria psicologia como instituição, bem como permite tratar o seu exercício, no interior de outras práticas institucionais, como Análise Institucional do Discurso. Situações exemplares são destacadas para dar a conhecer essa estratégia de pensamento. Palavras-chave: psicologia institucional; psicologia como instituição; análise institucional do discurso.
O presente texto tem como objetivo trazer à discussão uma possibilidade de pesquisa em Psicologia clínica que, ao considerar sob determinado ângulo conceitos como os de instituição, discurso e sujeito, coloca o discurso clínico em articulação com o acadêmico no momento mesmo de sua produção. Isto, no interjogo das reconhecidas especificidades de um e de outro. A hipótese é a de que é possível fazer transitar um certo modo de escuta e análise, da academia ao consultório e vice-versa.
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