Este artigo tem como objetivo identificar o perfil de hemoglobinopatias em gestantes diagnosticadas durante o pré-natal no Estado do Piauí através de uma distribuição espacial e análise temporal com base nos dados de um laboratório de saúde pública. O estudo analisou os resultados de pacientes gestantes do Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí no período entre janeiro de 2013 a dezembro de 2019. Ao todo 39.616 exames de pesquisa de hemoglobinopatias foram realizados; 2.480 (6,26%) das gestantes testaram positivo para hemoglobinopatias. Verificou-se prevalência de gestantes portadoras de Hb AS (73,63%) e Hb AC (10,56%); já os genótipos de doenças falciformes foram Hb SC: 5,48% , Hb SF: 0,77% e Hb SS: 0,44%; hemoglobinas variantes menos prevalentes: Hb AE (0,12%), Hb AF (0,08%) e Hb CC (0,04%). A maioria das gestantes identificadas com hemoglobinopatias tinham idade entre 13 a 25 anos e localizavam-se na mesorregião Centro-Norte Piauiense. A análise temporal revelou alterações percentuais discretas ao longo dos anos e obteve maior índice no ano de 2018 com 6,7% de gestantes diagnosticadas. A distribuição espacial identificou hemoglobinas variantes em 56 municípios, entre eles, Teresina, União, José de Freitas, Bom Jesus, Oeiras e Valença do Piauí apresentaram maior quantidade de casos. Os resultados obtidos indicam o potencial risco de traço falciforme e traço de hemoglobina C entre gestantes em diversas regiões do Piauí, aumentando a probabilidade de recém-nascidos portadores da doença, seja em homozigose ou heterozigose, refletindo uma importante questão de saúde pública no Estado.
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